Hoje tem um post simplesmente maravilhoso aqui no blog! Uma colaboração (e tanto!) da Paula Tofanelli, leitora do blog e uma top organizer (siga o Instagram dela aqui), especialista em organização de casas. Ela nos traz um passo a passo MUITO completo para a montagem e a organização de um quarto montessoriano. Simplesmente tudo o que você precisa saber para montar esse tipo de quarto para o seu filho (e para mante-lo em ordem também!). Vem dar uma espiada, que o texto está nota 1000!

Por Paula Tofanelli

Imagem: Arquivo Pessoal

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Quem está montando o quartinho do bebê, ou pesquisando ideias, já deve ter ouvido falar da filosofia Montessori aplicada ao quarto das crianças. O assunto mais falado do mundo maternal nos últimos tempos! Muitos papais e mamães se identificam com o método, mas ainda ficam na dúvida de como dispor, da melhor forma possível, os elementos que compõe o ambiente.

Pensando nisso, decidi fazer este post e ensinar aos futuros papais como organizar e preparar o quarto montessoriano para a chegada do bebê. Desde a disposição dos móveis até a organização dos itens.

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Antes de tudo, acho importante falar quais os conceitos que essa filosofia de ensino preza. O método Montessori de educação foi desenvolvido pela Pedagoga italiana Maria Montessori (1870-1952) e tem sido cada vez mais utilizado pelas famílias. O ensino é baseado na ideia de criar um ambiente funcional e que estimule o aprendizado da criança. Um local em que tudo, móveis e objetos, estejam no melhor nível de acesso – ou seja, no alcance dos olhos e mãozinhas dos pequenos. Essa é uma forma de promover a autonomia da criança desde cedo, para que ela cresça com mais independência, explorando sozinha o espaço a sua volta, despertando a curiosidade e a liberdade. Assim, ela se desenvolverá de forma natural e conforme seu ritmo.

O quarto montessoriano deve ser planejado e organizado da melhor forma possível, para que permita a livre circulação e a exploração da criança, levando em conta e acima de tudo, a segurança dela. E mesmo que os itens estejam ao alcance dos pequenos, a supervisão de um adulto é indispensável. A ideia é dar autonomia, mas com uma orientação inicial dos pais, para que a criança possa aprender a escolher, usar e guardar. É por isso que a pedagoga afirma que ordem, simplicidade na decoração, poucos brinquedos e alguns itens de vestuário são importantes para que a criança desenvolva essa autonomia.

Já ouviu falar na frase: “Quarto de criança, feito para criança?” Parece ser fácil, mas não é! Na hora de montar o ambiente é comum o adulto pensar e agir de acordo com a percepção dele, o que será mais fácil e acessível para ele! E não levar em conta as necessidades e o olhar do mundo infantil.

Então, vamos começar a pensar como criança?

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Antes de iniciar a organização, é muito importante delimitar os espaços para as atividades: dormir, brincar, roupas, leitura e atividades em geral. Conforme a criança vai crescendo e entrando na idade pré-escolar, pode-se incluir o espaço para os estudos. O importante é estabelecer um lugar para cada atividade.

Imagem: Pinterest

Móveis

Uma das principais caraterísticas do quarto montessoriano é a ausência do berço. No lugar dele, pode ser usado um colchão, um futon ou uma cama baixinha. Se escolher o colchão ou o futon, você pode ainda colocar uma base de madeira, que servirá como isolante térmico, protegendo da friagem. A ideia é que a criança possa subir e descer da cama, quando e na hora que quiser, sem precisar da ajuda de um adulto. O que não seria possível com o berço.

Proteção Lateral

O ideal é proteger as laterais do colchão com almofadas ou protetores, para evitar acidentes quando o bebê começar a rolar. Se optar pela cama baixinha, pode instalar a grade de proteção para cama (encontrada à venda em lojas de artigos para bebês e crianças).

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Espelho, Tapete e Barras

Muito comum a presença desses itens neste modelo de quarto, por serem elementos de estímulo sensorial. Os espelhos devem ser colocados na horizontal, na altura da criança, para que ela possa se reconhecer, analisar seus movimentos e suas características. Eles devem ser de acrílico, para evitar acidentes, e estar bem fixados na parede. À medida que a criança cresce, ele pode ser colocado em outro lugar e na posição vertical. O tapete ajuda a proteger da friagem e delimita os espaços. Ele poder ser de tecido ou de EVA, podendo ser utilizado nos momentos de brincadeira. As barras devem estar bem fixadas na parede e ajudam a criança na fase em que estão aprendendo a ficar de pé e andar, servindo como apoio e dando maior segurança para o bebê continuar a dar seus passinhos.

A proposta do conceito Montessori é manter no quarto apenas o que for funcional para a criança, correto? E na organização isso não é diferente: devemos manter apenas o necessário, funcional e usual.

Logo que descobrimos a chegada do bebê, queremos comprar tudo o que vemos pela frente, não é mesmo? Ganhamos muitas coisas, sejam presentes novos ou doações. E no meio sempre vem uma coisinha ou outra com tamanho maior, itens para uso futuro da criança. Porque estou falando sobre isso? Porque simplesmente queremos colocar tudo o que compramos e ganhamos dentro do armário ou do quarto, expondo todos os brinquedos, livros e demais itens. Não!! Não temos lugar para tudo isso. Devemos manter a ordem, a simplicidade, poucos brinquedos e pouco vestuário. Sendo assim, mantenha acessível apenas itens que estejam dentro da faixa etária da criança. Isso inclui: brinquedos, roupas, calçados, livros e demais objetos. Itens fora da faixa etária devem ser guardados em nível superior, em prateleiras ou armários, que podem estar instalados no quarto do bebê ou em outro ambiente. O importante é que eles saiam de circulação até o momento certo! Este processo na organização se chama triagem.

Na organização, temos o costume de usar o termo “dar uma casinha para os membros da mesma família”: uma forma de ensinar às pessoas que coisas da mesma categoria, da mesma família devem ficar juntas. Determinar um lugar para elas é uma etapa muito importante. Isso significa que se tirar uma coisa do lugar, ela deve ser devolvida para o mesmo local! Não deixe para depois. Dessa forma, fica mais fácil de manter a organização.

Pronto! Agora que você fez a triagem, do que o bebê vai usar agora e o que fica para depois e já sabe que precisa determinar um lugar para cada coisa, podemos prosseguir.

Roupas, Calçados e Acessórios

Sem armários altos! A proposta é deixar essas peças também ao alcance da criança. Para substituir o armário, aposte em uma arara ou cabideiro. Cestas ou caixas organizadoras com alça substituem muito bem as gavetas. Dessa forma, você estimula a independência e a responsabilidade da criança em manter as coisas sempre organizadas e no lugar. Como a ideia é deixar os espaços abertos, se os enchermos com muitas peças, o ambiente ficará muito “carregado”, “pesado”, porque ficará tudo à mostra. E o objetivo é deixar um ambiente mais “clean”, por isso deve ter poucas roupas no armário. Aqui, o menos é mais!!

Imagens: Pinterest

  • Acessórios: organize em caixinhas ou cestinhas plásticas.
  • Calçados: organize em prateleiras baixas ou cestas com os sapatos na posição vertical, um atrás do outro.
  • Identifique com etiquetas os espaços, caixas e cestos para facilitar a localização.

Itens de Higiene Pessoal

Não é porque os elementos devem estar na altura da criança que estes itens também devam estar. O conceito não é válido para tudo. Só fica acessível para a criança aquilo que ela pode manipular com segurança e que vai ajudar a desenvolve-la. Outros itens, como pomadas, fraldas, lenço umedecido, algodão, medicamentos e etc podem estar em um nível superior, mais acessível para os papais. Podem ser organizados em nichos, prateleiras, caixas organizadoras, ou um armário pequeno suspenso. Na organização, tudo o que se usa diariamente, que é necessário no dia a dia, precisa estar mais acessível e mais próximo.

Algumas famílias optam pelo uso da cômoda com o trocador e disponibilizam ali mesmo os itens de higiene do bebê. Outras preferem trocar a criança no próprio colchão, no chão. Vai de acordo com a preferência dos papais e a necessidade de cada lar. Leve sempre em conta o que dá mais segurança, tanto para os papais quanto para o bebê. O importante é manter esses produtos longe do alcance das crianças.

Brinquedos, Livros e outros objetos

Assim como roupas, calçados e acessórios, mantenha ao alcance da criança apenas o que estiver dentro da faixa etária, e em pouca quantidade. Por isso é muito importante realizar o rodízio dos brinquedos de tempos em tempos – pode ser mensal ou quinzenalmente. O rodízio serve para os brinquedos não prejudicarem a área de circulação do quarto (sem falar que, com muitos itens, o ambiente fica até “poluído”, confundindo a criança com informação em excesso). E o outro lado bom do rodízio é que ele permite uma “renovação” dos brinquedos, despertando até um interesse maior da criança (pois ela acaba tendo o contato com os brinquedos de tempos em tempos, então não enjoa tão rápido).

Tem um brinquedo ou outro que dá para perceber que é o predileto da criança, certo? Ela o quer sempre, não enjoa, faça chuva ou faça sol: pega, morde, cheira. Brinca com um, brinca com outro e no final… pega aquele de novo. Esses brinquedos preferidos podem ser deixados sempre expostos, não precisam entrar no rodízio! Vale mais uma vez a percepção e olhar dos papais para perceber essas reações da criança.

Imagens: Pinterest

Para organizar os brinquedos, aposte em caixas transparentes, cestos, nichos, organizadores com rodinha – são grandes aliados! Estantes baixas com nichos são bastante usadas, pois facilitam na hora de categorizar os tipos de brinquedos. Assunto que falo abaixo.

Hora de organizar os brinquedos! Depois de realizada a triagem, você vai categorizar o que sobrou. Assim, separe os brinquedos restantes por famílias, da seguinte forma: a família dos eletrônicos, das pelúcias, das bonecas (os), dos carrinhos, da bolas, dos brinquedos de encaixe, de montar, os lúdicos, os musicais e assim por diante. Feito isso, defina um lugar, um espaço para cada família: pode ser um nicho, um cesto ou uma caixa, o que você tiver! Se não couber tudo num mesmo lugar, escolha um outro que seja próximo do primeiro. Com isso, você ensina a criança a reconhecer seu espaço e aprender sobre organização. Que as coisas possuem um lugar para ficar e, quando ela pegar, deve devolve-las para o local certo!! E eles aprendem, viu?!

Um cantinho de leitura também é bem vindo! Quem é que não gosta de um bom lugar para ler e refletir? Ainda mais as crianças, que adoram histórias! Sentar com o papai e com a mamãe e viajar no mundo da imaginação. Elas aprendem e se desenvolvem muito com os livros. Então, faça um cantinho de leitura para seu (sua) pequena (o), para criar esses momentos em família, momentos que ficam para a vida toda. É desde pequenos que ensinamos o hábito de ler para nossos filhos.

Para montar esse cantinho, pense em um porta-livros e uma mesinha, tudo à altura da criança. Para organizar os livros, separe-os conforme o tema ou assunto. Por exemplo: livro de história, hora de dormir, atividades e assim por diante. Se tiver poucas prateleiras, não tem problema! Não há necessidade de uma prateleira para cada tema. Eles podem ficar na mesma, pois a ideia é deixar livros com o mesmo tema juntos. Um ao lado do outro. Quando terminar um tema, dê sequência aos demais.

Imagens: Pinterest

A criança vai crescendo e muitas coisas são acumuladas no decorrer dos meses e anos. Uma dica que sempre dou e que é indispensável: realize o processo de desapego à medida que o bebê vai crescendo. Separe itens que podem ser doados, e doe! Que podem ser consertados, conserte! Os que estiverem sem condições de uso, descarte-os (lixo)!   E inclua a criança na sempre que possível neste processo, para que ela aprenda que o descarte e o desapego são atitudes importantes para termos uma vida mais organizada e mais leve!

A Hora de Modificar

Vale ressaltar que o quarto deve ser modificado conforme a criança cresce (o espelho pode ser mudado da horizontal para a vertical, você pode subir a altura das prateleiras e quadros). Quando bebê, ela participa de forma mais lúdica. Conforme a idade avança, suas preferências pessoais devem ser respeitadas e seus desejos de mudança levadas em consideração.

A Pedagoga Maria Montessori afirma, que a princípio, não existe uma idade específica para abandonar o quarto montessoriano, a não ser quando a própria criança demonstra o desejo de fazer uma mudança, ou fica incomodada com algo. Mas o período em que o modelo se mostra mais eficiente é na primeira infância, do nascimento até os 6 anos de vida, pois é quando se fundamentam rotinas que desenvolvem hábitos de autonomia e organização mais intensamente.

Ressalto ainda que a técnica não é uma regra que precisa ser seguida à risca. Muitas vezes precisamos adaptar a técnica de acordo com os espaços que temos e os recursos disponíveis no momento. Uma casa é diferente da outra. O que deu certo em uma, nem sempre dará certo na outra. Organize da melhor maneira levando em conta o que é bom para toda a família. E o mais importante, que atenda as necessidades de todos.