Sabe aquela idade difícil, em que, de repente, seu filho começa a não querer comer nada? Até ali era fácil fazer com que ele comesse abobrinha, pepino, beterraba… Mas, aparentemente de uma hora para a outra, o pequeno começa a recusar esses alimentos, tornando a experiência à mesa uma verdadeira guerra!

Claro que isso também aconteceu por aqui, com Catarina, e eu sempre quis entender melhor como isso aconteceu. Por isso achei SUPER bacana o texto de hoje, uma contribuição da leitora Amanda Lovato, que além de mãe é também formada em Ciências Biológicas e mestre em Fisiologia. Ela explica o que acontece com os bebês por volta dos dois anos de idade – uma verdadeira revolução nos hábitos alimentares do seu filho. Vem entender melhor o assunto e saber o que você pode fazer para tirar esse momento de letra!

Imagem: 123RF

Meu filho comia de tudo, mas agora está chato para comer – o que está acontecendo?

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Qual mãe ou pai nunca se fez essa pergunta? O filho comia tudo o que se oferecia a ele, mas bastou dar uma crescida que agora só quer saber das “porcarias”. Em geral, esse problema com a comida começa próximo aos dois anos de idade, período em que os pesquisadores apontam que a janela alimentar da infância está se fechando.

As janelas alimentares são os períodos da vida em que as pessoas desenvolvem suas preferências alimentares ao se exporem a novos alimentos. O bebê aceita de bom grado quase todos os alimentos, porque tudo é novidade e divertido. Mas, quando cresce e adquire novas capacidades cognitivas, a criança passa a ter relutância em comer alguns ou a maioria dos alimentos. A aversão ocorre com alimentos novos ou já conhecidos que não parecem ser bons visualmente, ou cujo cheiro ou textura não agradam, por exemplo.

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É como se a criança, desde que começa a comer (na verdade, desde antes de nascer, mas isso é uma história que podemos discutir outro dia), criasse em sua mente uma lista de alimentos elencados, do mais ao menos preferido. Quando a janela alimentar se fecha, ela então passa a comer só os mais preferidos. Se a criança foi exposta a uma grande variedade de alimentos, mas apenas saudáveis, esse período de alimentaçãp exigente não será preocupante, pois é bem possível que todos os nutrientes necessários estarão presentes nesses itens escolhidos.

O problema está quando a criança já conhece os alimentos hiperpalatáveis, ricos em açúcar, gordura e/ou sal e normalmente processados. É claro que ela vai colocá-los nos primeiros lugares dessa lista, pois esses alimentos são também os mais gostosos! Agora fica fácil entender porque não se recomenda expor a criança a esses alimentos não saudáveis até os dois anos de idade, certo?

E a criança nunca mais vai comer bem? Calma, ela vai sim. Essa fase dura até os 6 anos de idade, em geral. E as pesquisas mostram que em torno de 15 experiências positivas são necessárias para uma aceitação de sucesso de um alimento novo nessa fase. Ou seja, são necessários muito tempo e paciência dos pais e das pessoas envolvidas com as refeições das crianças, mas o sucesso quase sempre é garantido!

E, se for mais difícil do que era antes, existem algumas dicas que auxiliam a criança a fazer as pazes com o brócolis novamente ou de experimentar pela primeira vez a abobrinha. Falaremos sobre elas no próximo post sobre alimentação.

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Amanda Brondani Mucellini Lovato – esposa, mãe e pesquisadora sobre desenvolvimento perinatal do comportamento alimentar e obesidade – Contato: [email protected]