Hoje tem mais uma contribuição deliciosa de leitora aqui no blog! Dessa vez o texto é de Flávia Girardi, do blog Cartas para Alice (que você ainda não conhece, vale a pena conhecer, pois é gostoso demais de ler!). Nele ela fala sobre a chegada dos dois anos de sua filha, e como ela ainda está aprendendo a lidar com as emoções de quem tem um bebê grande em casa – que não é tão pequenininho, já fala, manifesta suas ideias, mas que ainda precisa muito do colo e do carinho. Espero que vocês gostem, tanto quanto eu gostei!

Por Flávia Girardi

Sentada no chão do quarto, com a boneca no colo, ela falava: “que foi boneca? Não chora, a Alice está aqui. Você vai mamar, vai na escolinha e a mamãe vai te buscar, tá bom boneca?”. Fui ajudar a por o tênis e ela disse: “não, mamãe, a Alice sozinha”.

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Imagem: 123RF

Outro dia, lá estava eu, com dor de barriga, e ela me apressando para ir ao parquinho. Foi até o banheiro, me olhou e disse: “mamãe tá dodói? Quer um remedinho?”. As frases têm ficado mais longas e complexas, o corpinho cheio de dobras tem esticado e aquelas feições de bebezinho tem dado lugar a traços delicados de uma menininha que logo logo vai fazer dois anos. Mas não se engane! Apesar da pouca idade, ela já sabe a que veio. Vá lá tentar contrariá-la para ver! Se você me perguntar se vendo essas mudanças – e sim, constatando como o tempo passa rápido! – não começo a ter aquela nostalgia de ver que meu bebê está crescendo, eu te digo que não. Foi muito bom até agora, mas agora está sendo melhor ainda! Essa é uma das coisas que aprendi – que o melhor é o hoje. São as surpresas que ela me prepara a cada dia. As frases inusitadas. As associações. As histórias contadas em partes e sob a óptica de um serzinho que ainda nem completou dois anos. Ainda ontem, na terceira vez que ela me chamou à noite (agora neste período de adaptação escolar ela tem tido alterações no sono) fui até o quarto, já sem paciência. Eu já tinha me acostumado (há mais de um ano) a dormir a noite inteira! Falei que era noite e ela tinha que dormir e voltei pro meu quarto. Aí ela chorou e disse: “Mamãe, pega a Alice no colinho”. E eu me dei conta do quanto a gente se acostuma. Se acostuma a acordar de três em três horas para amamentar, se perguntando se um dia vamos voltar a ter uma noite tranqüila, de sono pesado. Até que, uma hora, a gente dorme uma noite inteira e se acostuma. E se, um belo dia a criança te chama em plena madrugada, você se irrita. Porque acostumou. Mas ela não, ainda não foi contaminada com esse vício.

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Então eu levantei da minha confortável e quentinha cama e fui até o quarto dela. A peguei no colo por um tempo, depois a coloquei de volta na cama (pois é, ela já não dorme mais no berço) e fiquei passando a mão em seu rostinho, constatando que apesar de falar pelos cotovelos, andar e comer sozinha, ela ainda é um bebê. Com direito as suas manhas. Com um universo de novidades – às vezes um tanto assustadoras – à frente. E fiquei feliz em pensar que amanhã seria um dia diferente. Mais feliz ainda por saber que, graças a ela, estou aprendendo a me desacostumar. Quando tudo está indo muito bem, muito rotineiro, lá vem ela e muda tudo. Vira de cabeça para baixo. Renova. Reabre. Renasce.

Que seus dois aninhos venham repletos de novas abordagens. Novas cores, sabores e que você continue nos mostrando o mundo através dos seus olhos de anjo. Sem vícios. Sem estagnações.