Uma das causas mais comuns de infertilidade, a endometriose preocupa muitas mulheres que planejam engravidar. E como sei que essa é uma questão de boa parte das mulheres que acompanham o blog (daquelas que estão tentando ser mãe pela primeira vez e, até mesmo, de algumas que engravidaram do primeiro filho sem dificuldade, mas que descobriram o problema ao ficarem bastante tempo esperando a vinda do segundo), resolvi fazer um post sobre o assunto – com uma pitadinha de esperança, que sempre faz bem!

Por meio da nossa fan page no Facebook, pedi que as leitoras do blog contassem suas experiências pessoais com a endometriose. E qual não foi minha surpresa ao receber comentários de várias amigas, que conseguiram realizar o sonho de ser mãe após o tratamento! Assim, nessa matéria, eu conto um pouco da história da Ana Carolina e da Dani (obrigada, meninas, por compartilhar a vitória de vocês!) e mais informações sobre a endometriose, para vocês perceberem como o diagnóstico e o tratamento corretos podem, muitas vezes, driblar a barreira da infertilidade que a disfunção é capaz de ocasionar. Vem ver!

Imagem: 123RF

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O que é endometriose e como ela se relaciona com a infertilidade?

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O interior do nosso útero é revestido por um tecido chamado endométrio. Quando a mulher possui endometriose, há presença de células semelhantes às do endométrio fora da cavidade uterina (como nas trompas, nos ovários e até mesmo no intestino e na bexiga). Por esse motivo, fala-se em focos de endometriose.

Até hoje, a causa da doença ainda é desconhecida, mas pesquisas mostram que alguns grupos estão mais propensos a desenvolvê-la, como é o caso de quem possui histórico familiar com endometriose, período menor do que o normal entre uma menstruação e outra (o normal é considerado de 21 a 36 dias), ou ainda mulheres que menstruaram cedo (pois a doença é relacionada à produção hormonal).

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De acordo com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, em relação à infertilidade, o que acontece é que a endometriose pode promover alterações nas trompas, ovulações imperfeitas, piora na qualidade dos óvulos, presença de substâncias inflamatórias na pelve (que dificultam a fecundação do óvulo) e dificuldade da implantação do embrião no útero – todos fatores que dificultam o processo de engravidar.

 

Como eu sei que tenho endometriose?

A mulher pode desconfiar de endometriose se possui uma intensidade muito alta de dor durante a menstruação. É claro que as cólicas são comuns nesse período, mas se a mulher é impedida de fazer alguma atividade por conta da dor que está sentindo (como não conseguir ir ao trabalho, mesmo tomando analgésicos), ou a ponto de precisar ir ao hospital tomar medicação intravenosa para se aliviar, é porque algo está errado (e há chances, sim, de se tratar de endometriose).

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Já quem está tentando engravidar e não tem conseguido pode considerar essa dificuldade como mais um motivo para desconfiar do problema. Outros sintomas são alterações intestinais muito expressivas durante o período menstrual (intestino muito solto, ou muito preso, ou dor ao evacuar), dor para urinar e dores contínuas na barriga (independentemente do período menstrual) e ainda desconforto durante a relação sexual.

Para comprovar o quadro, é necessário fazer uma consulta com o ginecologista, que irá avaliar os sintomas e o histórico da paciente e, também, fazer uma análise ginecológica. O diagnóstico pode ser feito a partir de um exame de rotina (como pelo toque), ou por meio de ultrassom vaginal. Daí a confirmação virá a partir de análise biopsiar.

No caso da Dani, por não apresentar nenhum sintoma, ela não desconfiava da doença. A suspeita só foi levantada quando, após dois anos de tentativas, ela não conseguia engravidar. “Passei por três ginecologistas e ninguém descobria o que eu tinha, o quarto me encaminhou para um especialista e o primeiro exame que ele me pediu foi de endometriose, que eu achei desnecessário, pois não tinha nenhum sintoma”, conta. E daí, a surpresa: a doença já havia infiltrado até o intestino e era considerada severa em relação à fertilidade.

 

E qual o tratamento para a endometriose?

A endometriose pode ser tratada a partir do uso de anticoncepcionais (o método mais indicado), de outros medicamentos hormonais ou, ainda, com cirurgia. O tratamento cirúrgico retira todos os focos e é indicado para casos mais avançados, como o da Dani. A Ana Carolina também recorreu à cirurgia. “Fiz a cirurgia em janeiro e também tirei um cisto no ovário direito. Em abril, três meses depois da cirurgia, de anos de tentativas frustradas, decepções e até de já ter perdido as esperanças, finalmente engravidei do meu primeiro milagre, minha filha linda, que hoje está com um ano e quatro meses”, comemora a mãe. Dani também engravidou em abril, do ano passado, e sua pequena já completa quatro meses e meio.

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Atenção, os focos de endometriose podem voltar!

O sucesso da cirurgia das leitoras mostra a importância do diagnóstico e do tratamento para a reversão do quadro (e aumento da chance de engravidar). Mas, mesmo depois do tratamento, é necessário seguir as recomendações médicas, porque os focos de endometriose podem voltar (como a doença está relacionada com a produção hormonal, a partir do momento em que a função menstrual retorna, há a chance de os focos voltarem; mas o médico irá avaliar qual o período indicado de tratamento para minimizar esses riscos). Para Ana Carolina, mesmo depois da cirurgia houve receio. “Depois que minha filha nasceu, decidi tentar engravidar novamente bem rápido, com nove meses de pós-parto, para evitar criar novos focos de endometriose (acho que a gente nunca relaxa totalmente), e tive um aborto logo no início da gestação”, recorda a leitora. “Chorei, sofri e achei que não conseguiria novamente, mas com mais um mês, engravidei do meu segundo milagre, que ainda está no forninho, com cinco meses”, celebra.

A Ana dá ainda uma última dica: “Meu conselho: sempre ouçam mais de um médico! E, na dúvida, procurem um especialista! Porque os exames nem sempre acusam a endometriose, às vezes o diagnóstico é mais pelos sintomas, como foi o meu caso: depois de anos tentando, bastou eu fazer a cirurgia para engravidar”.