Toda mãe sabe como é importante ler para uma criança. Mas será que nossos filhos se sentem representados nas histórias que contamos? Vendo a interação de Catarina com os livros, vejo que é fundamental que exista empatia entre quem lê e os personagens do enredo – do contrário, o livro se torna desinteressante, e sua mensagem se perde.

A verdade é que muitas crianças não se sentem conectadas aos livros que leem. Nos Estados Unidos, por exemplo, uma garotinha de 11 anos, chamada Marley Dias, não se enxergava no que lia. Qual era o problema? Os personagens, pois eram todos brancos (enquanto ela é negra). “Eu gostava daquelas histórias, eu só queria algo com que eu pudesse me relacionar”, contou a pequena, durante uma entrevista para a Folha de S.Paulo. E o bacana é que, motivada por isso, ela passou a escrever sua própria história de uma maneira incrível: teve a iniciativa de começar um movimento nas redes sociais chamado 1000 Black Girl Books (mil livros de garotas negras), para tentar reunir essa quantidade de obras, apenas com protagonistas negras.

E não é que ela conseguiu? E mais: as expectativas foram superadas, e Marley já conseguiu, até agora, 4 mil doações de livros, que foram doados para bibliotecas de colégios dos Estados Unidos. Olha só um pedacinho do resultado:

Imagem: http://grassrootscommunityfoundation.org

Imagem: http://grassrootscommunityfoundation.org

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Centenas desses livros já foram catalogados no site da ONG GrassROOTS, da mãe da pequena (o que também é muito legal, porque por meio desse guia as pessoas passam a conhecer mais essas obras e trocam sugestões de leitura).

A lista está disponível aqui – mas a maioria desses trabalhos foi escrito em inglês, e ainda não possui tradução para o português. Entretanto, muitos escritores infantis da língua portuguesa já lançaram obras com protagonistas negras, e abaixo eu listei quatro delas (se vocês quiserem sugerir outras, é só deixar uma mensagem nos comentários! Tenho certeza de que muitas leitoras adorarão saber!). Vem dar uma espiadinha para aumentar a biblioteca aí em casa:

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Menina bonita do laço de fita

Imagem: http://aticascipione.com.br

Imagem: http://aticascipione.com.br

Um dos maiores sucessos da autora Ana Maria Machado, esse livro (da editora Ática) conta a história de um coelho branco que é fascinado por uma menina linda, com olhos que “pareciam duas azeitonas pretas brilhantes, os cabelos enroladinhos e bem negros”. O sonho do bichinho era ser negro também, e daí entra a divertida saga dele tentando mudar de cor, até descobrir que o que ele precisa é encontrar uma coelha escura para ter os filhotes negros também, da cor que ele queria.

 

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Princesa Violeta

No conto de fadas escrito por Veralindá Menezes, a protagonista é uma princesa negra, que se transforma em uma guerreira e luta para proteger seu reino. Ela também quer provar para o pai que é capaz de fazer tudo o que seu coração deseja, porque é inteligente e forte. Protagonismo e empoderamento negro e feminino em pauta, imperdível! A obra é da editora Príncipes Negros, e foi escrito em homenagem à atriz Sheron Menezes, filha da autora, que dizia para a mãe que sonhava em ser representada como uma princesa.

 

Histórias da Preta

Imagem: http://companhiadasletras.com.br

Imagem: http://companhiadasletras.com.br

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Título Altamente Recomendável pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, Histórias da Preta (editado pela Companhia das Letras) reúne informação histórica e contos da mitologia africana, para promover reflexões sobre a posição dos negros no Brasil (mapeando desde a vinda deles da África para cá, à força, para servirem de escravos). O livro mistura todos esses dados de maneira leve e objetiva, em páginas recheadas de ilustrações.

 

Betina

Escrito por Nilma Lino Gomes, esse livro (da Mazza Edições) carrega já no título o nome da protagonista da história que, por herança da mãe e da avó, adora trançar os cabelos. E enquanto uma trança o cabelo da outra, elas conversam sobre os seus ancestrais – e tudo é mostrado na obra. No final, Betina funda um salão de beleza diferenciado.