Com a volta às aulas, o ritmo da cidade se transforma. Quem vive a experiência de levar e buscar os filhos na escola se depara diariamente com a mesma cena, especialmente nas grandes cidades: muitos carros, trânsito e correria no embarque e desembarque de alunos. Por aqui eu costumo brincar que (ainda) vivo no céu – Catarina estuda em uma escola infantil pequena, que em 99% das vezes há vagas disponíveis na primeira tentativa. Mas eu sei que essa moleza tem data para acabar – comecei a busca pelos colégios de ensino fundamental do bairro e sei que terei que enfrentar esse pequeno caos diariamente, em breve.

Imagem: 123RF

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Mas será que não existem alternativas a esse problema (considerando que você não queira depender do serviço de perua para levar o filhote para a escola)? Pois eu tenho pensado muito em uma proposta que se mostra cada vez mais válida para pequenas e grandes cidades: os rodízios de carona. Eles são uma solução útil não só para deixar os pequenos no seu destino e facilitar a vida dos pais (principalmente dos que trabalham fora), mas ainda contribuem para que a garotada chegue menos ansiosa e mais atenta às aulas. E, claro, acabam sendo uma forma de estreitar laços entre famílias, sem falar na redução dos impactos ambientais, não é mesmo?

E fazer isso pode ser mais fácil do que parece – basta conversar com outros pais, ou mesmo com a escola, para que o processo funcione. Quer ver só? Confira abaixo algumas sugestões e conheça alguns projetos bacanas que já existem para facilitar as viagens.

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Para quem mora perto da escola

Se você faz o caminho de casa para a escola todos os dias a pé, que tal oferecer carona (caminhando mesmo!) para outros alunos? Essa ideia tem dado certo no colégio Etapa em São Paulo – é o projeto Carona a pé, idealizado pela professora Carolina Padilha. De acordo com ela, o programa já conta com 50 crianças e 17 adultos, entre pais, professores e funcionários do colégio, que se revezam para levar e buscar os pequenos. Para aumentar a segurança durante o trajeto, todos que fazem parte da iniciativa andam uniformizados com coletes de cores chamativas, que facilitam aos responsáveis não perderem os menores de vista (e vice-versa), assim como mostra a quem está na rua que todos fazem parte de um grupo. Outro ponto bacana é que, como eles passam sempre pelo mesmo caminho, as pessoas que trabalham por ali já conhecem as crianças e acabam ajudando com a supervisão.

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Eu não sei se vocês sabem, mas essa proposta do Carona a pé já é tradição em alguns outros países. No Japão, por exemplo, as crianças mais velhas são responsáveis por supervisionar os mais novos durante o caminho para a escola. Eles andam um pouco mais afastados dos pequenos e ficam de olho no percurso. O mesmo acontece na Suíça (conheci uma família de mãe brasileira que mora lá e que me contou que aos 5 anos as crianças já seguem sozinhas para realizar o percurso dessa forma! Claro que é outro nível de segurança, de respeito aos pedestres, mas não é de se maravilhar com a ideia, e buscar o mesmo nível de civilidade?). No projeto aqui do Brasil, os mais velhos também ajudam na supervisão (o que é bacana para criar neles senso de responsabilidade e, ainda, respeito nos mais novinhos).

Para dar início a uma iniciativa como essa, você pode conversar com outros pais na saída da escola ou sugerir na próxima reunião do colégio. Muitas vezes (e isso aconteceu no início do Carona a pé também), nós nem imaginamos quantos vizinhos fazem o mesmo caminho que o nosso todos os dias. Vale a pena a tentativa!

 

Para quem mora longe da escola

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Já as famílias que moram longe muitas vezes recorrem a peruas e vans escolares, ou então ao carro para fazer o trajeto diário. Mas, como no caso de cima, podemos estar rodeados de pais que vivem na mesma região e percorrem um caminho bem parecido com o nosso, para deixar os pequenos na aula. Para fazer essa descoberta e sugerir um possível grupo de rodízio de caronas, também vale a conversa com outros pais na saída da escola (o boca a boca é bem eficaz nesses casos) ou ainda, se você morar em um prédio ou condomínio, deixar um anúncio no mural de recados (com o seu número de telefone e e-mail para os pais entrarem em contato).

Nas minhas redondezas, tenho um bom exemplo de como a carona para percursos mais longos é extremamente positiva: o colégio de um bairro vizinho (e que é mais distante de onde eu moro) estimula esse tipo de ação, o que viabiliza a matrícula de várias crianças que moram aqui perto. Trata-se de uma escola com proposta pedagógica bem diferente, e que atrai muitos pais do meu bairro – e a ida desses filhos só é possível porque cada pai não precisa fazer esse trajeto todos os dias, duas vezes ao dia (para levar e buscar). Além disso, os pequenos se distraem com a animação dentro do carro, e não sentem tanto o maior tempo para chegar em casa.

 

Organização é fundamental no rodízio

Se você der início a um grupo de caronas, lembre-se de que manter a organização é muito importante – afinal, estamos nos responsabilizando pelos filhos de outras pessoas. É interessante marcar uma conversa com todos os pais para verificar em quais dias cada um está disponível para assumir o papel de “caroneiro”. Feito isso, desenvolva uma planilha que contenha os dias de cada um com os horários, assim como os endereços e telefones de todas as crianças. Esse documento pode ser compartilhado por e-mail ou mesmo por WhatsApp e é válido para evitar esquecimentos e mal entendidos.

Além disso, não deixe de conversar com o filhote e explicar como será a nova rotina para ir e voltar da escola. Alguns podem não gostar muito da ideia no início, mas vale dar um tempo para que se familiarizem com os novos colegas. E também não se esqueça de avisar a escola sobre os novos responsáveis pela busca do pequeno, assim como de providenciar as adaptações possivelmente necessárias no carro, como cadeirinhas e busters adicionais!

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