Hoje eu estava conversando com algumas amigas, quando um papo antigo começou: a observação de que atualmente os pais têm cada vez menos disponibilidade para seus filhos. Mesmo que você seja uma mãe ou um pai preocupado, atuante, atento às necessidades do seu pequeno, é só olhar em volta – nossa geração passa a maior parte do dia, dos meses, dos anos correndo atrás de sucesso profissional, pensando que é através dele que, além de outras coisas, conseguiremos dar o bom e o melhor aos nossos pequenos.

Imagem: 123RF

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Não estou dizendo que o trabalho não seja importante, muito pelo contrário – é preciso pagar as contas, colocar comida na mesa, e ter uma função que o torne útil. É bom para si mesmo, porque é fundamental ter orgulho do que se constrói, e para o filho, que te vê como exemplo a ser seguido. O que me pergunto é se não estamos exagerando na dose, terceirizando os cuidados com os filhos, com a desculpa de que tudo é feito em seu benefício. Tenho certeza de que em muitas famílias não há alternativa ao trabalho de sol a sol; mas há tantas outras em que essa atitude é muito mais uma escolha do que uma necessidade.

Quando vejo pais que têm uma babá para cuidar do filho de segunda à sexta-feira, mais uma para os fins de semana, e uma terceira para cobrir as férias de ambas (por que, afinal, como é que eles conseguiriam dar conta de uma criança sem ajuda?), me pergunto até que ponto esse pequenino conhece os valores e crenças de seu pai e sua mãe. Questiono o quanto esse filho se acha importante para os próprios pais, a ponto de delegarem todos os cuidados básicos nos primeiros anos de vida. Claro que contar com alguém para auxiliar com os filhos não é pecado algum – é muito mais a maneira como você escolhe ser ajudada que faz a diferença! No meio da noite, é na sua cabeceira que a babá eletrônica toca, é você quem levanta para saber o que está acontecendo, quem amamenta (ou dá uma mamadeira – o que está em discussão aqui não é se a mãe consegue amamentar no peito ou não, é se ela exerce a função de nutrir o filho)? Ou é a babá quem faz tudo isso, porque você (mãe ou pai, porque ambos são responsáveis pelo filhote) precisa levantar “inteiro” no dia seguinte, exatamente como fazia antes de seu filho nascer?

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Vejo famílias em que pai e mãe parecem continuar com vinte anos, apesar do tempo já ter passado (e muito!). Não podem abrir mão da dedicação à carreira, dos passeios noturnos, das viagens sem filhos (mesmo que ele tenha poucos meses de vida). Mas querem a família feliz na fotografia (ou nas redes sociais), o filho educado, bem vestido e carinhoso, sem perceber que existe um vínculo a ser construído diariamente. Você precisa se doar: em atenção, em amor. Você precisa educar, mostrando o que pode e o que não pode. Você precisa mostrar, e não apenas falar, que estará lá sempre que ele precisar.

Delegar essas funções a outra pessoa é abrir mão da coisa mais preciosa que temos em relação aos nossos filhos: a convivência. Porque o tempo passa tão rápido que, em um piscar de olhos, eles já não precisam do peito, do ninar, do colo, da mão apertada na hora de dormir. Haverá tempo de sobra para trabalhar mais, ganhar mais, viajar mais, depois que crescerem um pouco.

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Hoje, olhando meu pai e minha mãe, vejo que o bem mais precioso que me deixaram foram os momentos vividos juntos. Os ensinamentos, as risadas, as histórias que um dia eu contarei para Catarina. Agradeço todo o esforço que fizeram para que eu frequentasse uma boa escola, e até alguns presentes que me marcaram, porque os desejava muito. Mas sei que a vontade de estar junto, de almoçar em sua casa no fim de semana, de ver minha pequena abraçando os avós, de ser seu porto seguro quando envelhecerem foi construída lá atrás, quando eles abdicaram de uma vida tranquila para criar suas três filhas.