Muita gente já teve ou conhece alguém que tenha herpes. Mas, muito além daquela “feridinha” incômoda que se forma na boca, o vírus causador desse mal pode se desenvolver em outras partes do corpo – entre elas, no cérebro.

Infelizmente, entre os casos registrados, bebês e crianças são a maioria dos comprometidos – por isso achei importante dividir esse assunto aqui no blog com vocês.

E para o post de hoje, contamos com a contribuição da jornalista e empresária Stefanye Falco, que viveu o drama praticamente na própria pele: seu filho Théo foi acometido pela grave doença (que em muitos casos leva a óbito), quando ainda era um bebê.

Embora a herpes simples seja comum (e a maioria dos adultos, inclusive, seja portador do vírus), a chamada encefalite herpética é bastante rara. Por isso, muitas vezes ela é confundida com meningite – o diagnóstico nem sempre é rápido, e algumas confusões podem acontecer (especialmente por conta dos sintomas, que são parecidos).

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A seguir mais informações importantes sobre o assunto: vale a pena dar uma espiadinha e compartilhar com mais mães!

bebê chorando. Foto: freepik

bebê chorando. Foto: freepik

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Os primeiros sintomas da herpes

No caso de Stefanye, o primeiro sintoma que o filho apresentou foi uma paralisia, em um dia normal. “Ele começou a passar mal e ficou imóvel, como se estivesse em coma.

Ficou olhando para frente, sem qualquer reação ou movimento”, lembra a mãe. Essa alteração no nível de consciência já era uma manifestação da doença, assim como a imobilização – embora esta seja uma reação incomum nos pacientes que apresentam o quadro.

Na maioria dos casos, os primeiros sinais são exatamente o oposto, ou seja, a pessoa demonstra bastante agitação no sistema motor. Além disso, também podem vir febres, aumento de sensibilidade à luz, endurecimento de costas e pescoço e irritabilidade.

A importância do diagnóstico

Os sintomas do filho fizeram com que os médicos do primeiro hospital em que a jornalista e o marido o levaram afirmassem que se tratava de meningite (de fato, os sintomas são bem parecidos). “Nessa hora foi sentimento de mãe mesmo – eu achei que não era aquilo e o levamos a outro hospital.”

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E foi na nova sala de espera que veio o segundo sintoma aparente da doença: uma convulsão. “Nesse momento veio uma moça, dizendo que era médica da UTI, e perguntou se poderia dar Aciclovir intravenoso (que é a medicação contra o vírus do herpes 1).

Ela falou que o Théo poderia estar com esse problema e que seria bom dar, por precaução. Na hora eu concordei!”, recorda. A jornalista ainda lembra que passou anos procurando por essa médica para agradecê-la, mas que nunca mais a encontrou. “Foi ela que salvou a situação”, declara.

Além da análise dos sintomas, para comprovar o quadro, os especialistas indicam procedimentos como ressonância magnética nuclear, eletroencefalograma ou ainda exame do líquido cefalorraquidiano extraído por punção lombar. Calma, não precisa estranhar os nomes, pois tudo isso será indicado por um profissional, caso haja a suspeita do caso.

bebê chorando no colo da mãe. Foto: freepik

Causas

Como a encefalite herpética é uma doença desenvolvida a partir da herpes simples, ela é contraída da mesma maneira que essa (pode se desenvolver a partir do contato com um copo contaminado, por exemplo). Por isso é essencial o tratamento correto da herpes, para que ela não evolua para uma forma mais grave.

Também vale destacar que as grávidas que possuem herpes genital devem tomar cuidado (e se informar com seu obstetra) para que a doença não seja transmitida ao bebê durante o parto.

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O pequeno não pode ter contato com as lesões – por isso, nesses casos pode ser necessária uma cesariana. Isso é essencial para que a patologia não seja contraída, e para que o bebê não corra o risco de desenvolver a encefalite herpética, cuja incidência é maior justamente em bebês e crianças.

Tratamento da herpes

O tratamento deverá ser feito por um infectologista e por um neurologista, pois se divide na fase de recuperação viral e, depois, neurológica. A primeira etapa deve acontecer de maneira rápida e muitas vezes é indicado Aciclovir intravenoso e é necessária uma internação.

“Assim que foi diagnosticado, meu filho passou dias em coma na UTI, onde convulsionou duas vezes”, lembra Stefanye. Após esse período crítico, o tratamento continua em casa.

No caso do Théo, a mãe optou por tratá-lo de forma natural, sem qualquer medicamento tarja preta (geralmente receitados, para controlar os acessos de agitação que o paciente apresenta durante a segunda fase de recuperação). Ela lembra que esse processo foi bem difícil e que chegava a dormir apenas três horas por noite.

Infelizmente, o tratamento se estende durante toda a vida do paciente. Contudo, quanto antes for feito o diagnóstico, menos sequelas ficam. “Hoje meu filho faz terapia ocupacional para trabalhar a coordenação, que ficou um pouquinho prejudicada (para escrita somente), mas ele está indo bem”, declara Stefanye.

Outro cuidado essencial é manter a qualidade de vida do paciente, pois, assim como acontece com a herpes bucal (que “volta” sempre que a imunidade da pessoa cai, como em situações de estresse), a encefalite herpética pode surgir novamente, se a saúde do indivíduo estiver prejudicada.

bebê irritado. Foto: freepik

Como um bebê recém-nascido contrai herpes?

Durante a gravidez e o parto

Um bebê recém-nascido corre o risco de contrair herpes se a mãe tiver tido herpes genital  pela primeira vez nas últimas 6 semanas de gravidez.

Há o risco de a mãe ter transmitido a infecção para o bebê se ela tiver um parto vaginal.

Esse risco é muito menor se a mãe já teve herpes genital.

Depois do nascimento

O vírus do herpes simplex pode ser transmitido para o bebê por meio de uma afta, se a pessoa tiver herpes labial e beijar o bebê.

O vírus do herpes também pode ser transmitido ao bebê se a mãe tiver uma bolha causada pelo herpes em sua mama e ela amamentar o bebê com a mama afetada ou extrair leite materno da mama afetada.

Um bebê corre maior risco de contrair uma infecção por herpes nas primeiras 4 semanas após o nascimento.

Você não deve beijar um bebê se tiver uma afta para reduzir o risco de propagação da infecção.

O herpes labial e outras bolhas causadas pelo vírus do herpes são mais contagiosas quando estouram. Eles permanecem contagiosos até que estejam completamente curados.

pessoa com afta na boca. Foto: freepik

pessoa com afta na boca. Foto: freepik

Quais são os sinais de alerta em bebês?

Como os bebês recém-nascidos têm um sistema imunológico subdesenvolvido, eles podem rapidamente ficar seriamente doentes depois de pegar o vírus.

Ligue para um médico de família ou para o seu visitante de saúde imediatamente se seu bebê:

  • é letárgico ou irritável
  • não está se alimentando
  • tem uma temperatura alta (febre) – descubra como medir a temperatura do seu bebê
  • tem erupção ou feridas na pele, olhos e dentro da boca

Estes são os primeiros sinais de alerta de que seu bebê pode não estar bem.

Para mais informações

Levando em conta a raridade do problema e a falta de informações ainda hoje disponíveis sobre ele, Stefanye criou o blog Luta pela vida, no qual compartilha com os leitores o drama que viveu, dados sobre a patologia/tratamento e recomendações de médicos que trataram seu filho. “Eu me senti na obrigação de informar, porque o diagnóstico errado é o que dá problema. O blog tem feito diferença no sentido informativo e também de apoio emocional para quem está passando pelas mesmas coisas que eu passei”, conta.