Eu não sei se vocês viram, mas eu assisti à estreia do programa MasterChef Júnior, nessa última terça-feira, dia 20/10. E achei uma graça as crianças que estavam lá: a maioria entre 9 e 12 anos, pequenos fisicamente, fofos, mas gigantes na coragem de enfrentar a pressão de uma competição como essa, e na competência com que executavam suas receitas. Confesso que qualquer um deles cozinha muito melhor do que eu!

E entre essas crianças, havia uma menina loira de apenas 12 anos (não vou colocar seu nome aqui para não expô-la novamente – acredito que sua família já esteja extremamente triste com tudo o que vem acontecendo) – uma criança, com corpo de criança, cabeça de criança, que foi alvo dos mais absurdos comentários nas redes sociais. Homens, adultos barbados, que falavam sobre ela da maneira mais cretina (desculpem o termo, mas é esse mesmo, para dizer o mínimo) que uma mãe poderia conceber. E que se manifestavam abertamente desejosos por ela, ou apoiando algo que é CRIME: a pedofilia.

A matéria que lançou o alerta para esse acontecimento está rodando pelo Facebook, e acabou caindo na minha mão na manhã de hoje. Na hora, tudo o que eu consegui pensar foi: que mundo é esse em que vivemos? Como saio daqui para bem longe, para proteger minha filha? Porque a forma como meninas continuam sendo tratadas, como verdadeiros alvos da vontade masculina que (acreditam alguns homens) pode ser imposta à força, é algo que me agride do primeiro fio de cabelo ao dedinho do pé. Para mim, é algo tão inconcebível, que quase me faz perder a esperança na sociedade que está por aí.

Imagem: 123RF

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Vendo a repercussão dessa matéria na internet, eu cheguei até um post na fan page do Think Olga, que fez uma chamada sobre o assunto. E qual não foi minha surpresa quando muitas, muitas, MUITAS mulheres relataram já terem sido alvo de assédio sexual, desde pequenas. Quanto mais eu lia, mais me lembrava do alerta da minha mãe durante a infância e a adolescência: “não fique sozinha, não se aproxime de estranhos, não converse com homens na rua, não pegue carona, não deixe que ninguém chegue perto do seu corpo”. E mesmo com uma filha de apenas 4 anos, já começo a repetir os mesmos ensinamentos, para tentar ao máximo mantê-la em segurança.

Mas, enfim, por que escrever esse post? Porque ele nada mais é do que um pedido para pais e mães que acompanham o blog: que fiquem atentos, porque, infelizmente, esse mal está mais perto do que parece. Segundo dados recentes do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), 500 mil mulheres são vítimas de estupro por ano no Brasil, das quais 70% são crianças e adolescentes. E imaginem: 51% são menores de 13 anos (o pior é que acredito que essa seja apenas a ponta do iceberg, pois boa parte dos casos continuam não sendo notificados, porque a vítima tem medo).

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Assim, se você é pai ou mãe de uma menina:

– Fale com sua filha desde cedo sobre os perigos que podem rondá-la. Ensine-a que ninguém tem o direito de assediá-la verbalmente ou de tocar em seu corpo, e que, se isso acontecer (porque infelizmente não conseguimos protegê-las 100% do tempo), ela deve relatar isso a você imediatamente.

– Não duvide ou faça pouco caso de uma história contada por sua filha. Infelizmente muitos casos de assédio e abuso foram ignorados porque os próprios pais não acreditaram nesses relatos.

– Fique atento: crianças são facilmente enganadas, por isso os pais devem instruir, sem nunca desligar o sinal de alerta.

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– Muito cuidado com a sexualização infantil: “dancinhas” e “músicas” que hoje parecem engraçadinhas e inofensivas contribuem para a visão distorcida que muitos homens têm das meninas e adolescentes.

E se você é mãe ou pai de menino:

– Esteja igualmente atento e converse muito com seu filho: assim como as meninas, meninos também sofrem com assédio e abuso sexual. Tudo o que foi falado anteriormente, vale aqui também.

– Acredite que você tem uma grande chance nas mãos: a de educar uma geração de homens que crescerá respeitando (e muito!) as mulheres. Essa é uma tarefa que poderá causar uma transformação profunda e positiva em nossa sociedade, então, por favor, não perca a oportunidade.