Ah, as emoções da chegada do segundo filho! Sobre elas, eu certamente não poderei escrever aqui no blog – mas eu queria tanto saber como elas são! Por isso, hoje, a querida Fabiana, amiga e colaboradora do blog, divide conosco um texto delicioso, onde fala sobre as alegrias e os receios de uma mãe de segunda viagem. Lindo e emocionante, não deixem de ler!

Por Fabiana de Toledo

Ser mãe sempre foi um plano para mim. Lembro que, na adolescência, cultivava um estranho pensamento para uma garota que mal tinha iniciado o colegial. “Ainda não conheço as pessoas que mais vou amar na vida… Os meus filhos”, falava cá com os meus botões. Que loucura, não é mesmo?! Minhas amigas histéricas pelo New Kids on the Block e eu sonhando com os meus rebentos imaginários!

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Na minha imagem mental do futuro, sempre me vi com filhos – assim mesmo, no plural. Por muito tempo, achei, inclusive, que teria uma prole numerosa. Talvez 4, quem sabe 5… Os anos passaram e uma boa dose de realidade modificou esse meu desejo juvenil: ter dois ou três filhos parecia mais provável e condizente com as escolhas que fiz ao longo da vida.

Pois bem, depois de três anos de casada, engravidei! Meu primogênito, Eduardo, veio ao mundo em maio de 2011 e o ano seguinte ao seu nascimento foi aquele pacote bipolar, que muitas de vocês conhecem… Um exagero de emoções! Exagero no mau sentido mesmo, porque hoje reconheço que até excitação e alegria devem ser cultivadas com equilíbrio. Sem meias-palavras, vejo que o início da minha história como mãe foi uma festa de altos e baixos emocionais, de incalculável exaustão, vida do avesso e overdose constante de alegria e choro. Um verdadeiro furacão que bagunçou geral as minhas estruturas, mas que não foi capaz de soprar para longe a vontade de aumentar a família. A verdade é que, nem por um dia sequer, eu deixei de me imaginar grávida novamente. Nem por um breve momento, tive dúvida de que queria profundamente ter mais um filho. Então, bastou o coração sossegar um pouco e o marido concordar com a decisão de sermos quatro e, lá estava eu, entregue ao sonho de fabricar mais um ser humano. E, num piscar de olhos, ele começou a tomar forma. Antes de dar adeus a 2013, logo no primeiro mês de tentativas, tive a confirmação: o baby 2 já estava a caminho.

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Eu, eles e o tal do amor que só se multiplica. Imagem: Arquivo Pessoal

Eu, eles e o tal do amor que só se multiplica. Imagem: Arquivo Pessoal

A boa nova, que tinha tudo para me embriagar de alegria e fazer minha alma flutuar – afinal, não era isso o que sempre desejei? –, despertou em mim sentimentos pra lá de paradoxais. Sim, eu estava feliz, mas não conseguia fazer outra coisa a não ser chorar. Por meses, não consegui falar sobre a mudança que estava por vir sem que os meus olhos se inundassem e a minha voz custasse a sair. Claro, os hormônios tinham sua parcela de culpa, mas minhas lágrimas carregavam outros lamentos… Uma nostalgia pelos velhos tempos que, embora ainda fossem o meu presente, já anunciavam o seu fim. Eu sentia que minha segunda gestação era mais do que um período de espera pelo novo membro da família: era também um processo de despedida do filho único, o encerramento de uma linda fase em que fomos três.  Foram mais de mil dias como um trio deliciosamente cúmplice, com direito a jeitinhos e farras só nossas. E isso, agora, tinha quase data certa para mudar.

Em muitos momentos, me vi brincando com meu garotinho de menos de três anos, pensando que, dali a pouco, eu já não teria mais tempo para estar com ele à toa, entregue, sem pressa, disponível. Por incontáveis vezes, engoli seco e senti o peito apertar ao imaginar como seria a nossa rotina com a chegada do bebê. Como doía pensar que, no início, eu teria de abrir mão dos nossos passeios, que nossas brincadeiras seriam interrompidas, que teria de delegar certos cuidados ao pai, e que, envolvida pelas necessidades de um RN, não poderia mais me doar por inteiro. A atenção, a partir dali, seria fatalmente dividida.

Sem relutar, me entreguei aos abalos emocionais trazidos pela segunda gestação certa de que, depois da tempestade, viria a calmaria. Em vez de simplificar as coisas, me convencendo com um superficial “está tudo bem, era isso o que eu queria”, preferi digerir as sensações amargas para poder me deliciar depois com as doçuras da nova configuração familiar. E, assim, enquanto gestava o meu novo amor, enfrentei os fantasmas que tanto me amedrontavam. Sofri por antecipação? Sim, um bocado. Ampliei problemas que, depois, se revelaram menos complexos do que aparentavam ser? Talvez, pode ser… Mas sei também que vivi um amadurecimento importante, que purguei as dores e tive a coragem de admitir que, antes do início de uma nova etapa, há sempre um desfecho e que, dar adeus, mesmo quando os motivos são nobres, é um desafio e tanto.

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Há um ano, Elis nasceu e, hoje, sua presença nos preenche de tal maneira que parece que ela sempre esteve aqui. Minha apaixonante menina, como era previsto, conquistou o seu espaço e, em vez de rachar nossos corações, só os alargou. A família, enfim, está completa – menor do que nas minhas antigas fantasias, mas suficiente para me fazer sentir plena.