Há dias em que eu desejo ser uma mãe diferente. E não que eu me considere uma mãe ruim, não – até que, de maneira geral, acho que faço bem meu trabalho. Sei que não sou perfeita, e justamente por isso também não conseguiria criar uma filha sem falhas. Mas pelo menos estou atenta, fazendo o melhor que posso para educar Catarina – para que um dia ela se torne uma mulher generosa, altruísta, capaz de respeitar tudo e todos.

O problema é que existem instantes em que eu reconheço que não pude lidar com uma determinada situação da forma como eu considero ideal. Perdi a paciência antes disso, agi de maneira contrária ao que eu falo todos os dias – e entre o poder da palavra e o do exemplo, sei muito bem que o que fazemos tem muito mais impacto sobre uma criança do que aquilo que falamos. Nessas horas, claro, acabo pedindo desculpas e tento mostrar o que é certo, mas resta uma pontinha de culpa (que não é de todo má, porque me move para tentar melhorar). E é ela quem fica conversando comigo, enquanto deito a cabeça no travesseiro, sobre essa história da mãe que eu queria ser.

Imagem: 123RF

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A mãe que eu queria ser não acorda de mau humor, mesmo que tenha dormido apenas quatro horas naquela noite, ou tenha acordado de hora em hora. Porque ela sabe que nenhum bebê ou criança acorda porque quer, e sim porque precisa ter alguma necessidade atendida (que pode ser apenas a presença da mãe, sim, e faz parte!). Ela não sentiria o peso do cansaço, nem precisaria chorar de vez em quando para liberar tanta tensão.

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A mãe que eu queria ser tem uma paciência infinita. Sabe pegar o brinquedo que o filho jogou no chão pela centésima vez sem se perguntar se está fazendo algo errado – porque, no fundo, ela reconhece que isso faz parte de seu desenvolvimento, e que não é sinônimo de má educação. Sabe falar mil vezes para o filho comer, sem se irritar, e também não liga se metade do prato foi para no chão, ou se o pequeno deu um banho de comida no cadeirão (afinal, é só limpar que fica novo).

A mãe que eu queria ser sabe presenciar uma crise de birra sem alterar um milímetro da sobrancelha. Não fica com raiva daquela pessoinha que se joga no chão, grita, esperneia durante meia hora (ou mais!). Simplesmente continua fazendo suas tarefas normais, segura de que vai ficar tudo bem.

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A mãe que eu queria ser não tem barriga (desculpem, mas é verdade. Eu queria mesmo não tê-la). Ou, se tivesse, não estaria nem um pouco preocupada com ela, e comeria todos os doces da casa sem dor na consciência.

A mãe que eu queria ser tem uma casa organizada, não deixa faltar nada na despensa, consegue prever um problema antes que ele aconteça. Não se atrasa (e por isso não fica aflita com o horário, nem gritando pela casa que faltam apenas 5 minutos para sair). Sabe exatamente quando é hora de ceder, e quando deve ser dura (e não se martiriza por dentro, porque o filho ficou triste com a bronca).

Pois é, está difícil ser essa mãe aí em 100% do tempo (de vez em quando até conseguimos, não é verdade? Mas de segunda a segunda, 24 horas por dia, é outra história). Então talvez o segredo seja apenas tentar ser melhor a cada desafio, porque, no fim das contas, nos parecemos cada vez mais com a mãe que desejamos ser, e nos esquecemos daquela que ainda dá seus tropeços.