Desde o verão passado, estou enfrentando uma pequena batalha diária com Catarina: a dermatite atópica. Para quem não sabe, essa é uma doença inflamatória crônica da pele, muito comum em crianças (aliás, a prevalência junto à população tem aumentando nos últimos tempos), que pode simplesmente desaparecer até a adolescência ou permanecer na idade adulta. E eu resolvi contar aqui no blog um pouquinho sobre a nossa experiência, porque tenho aprendido muito sobre o assunto no dia-a-dia, analisando o que piora a situação, o que melhora, e tenho certeza de que são informações importantes para outras mães que passam pelo mesmo desafio com seus filhos.

Preciso começar contando que eu não identifiquei a dermatite atópica logo no início: ela começou como bolinhas na parte de trás das pernas de Catarina, que eu atribuí à exposição ao sol (passamos semanas entre praia e piscina, e eu achei que o calor estava deixando sua pele irritada). Como pensei que se tratava de um caso de brotoejas, passei por alguns dias aquela pasta feita com Maizena e água (que realmente funciona no caso das brotoejas, mas que não tem efeito sobre a dermatite atópica). E como não melhorou – muito pelo contrário, a irritação ficava cada vez maior, acabei levando a pequena ao pediatra, quando o diagnóstico foi feito.

Imagem: 123RF

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A maioria dos casos de dermatite atópica se manifesta na primeira infância (até o fim do primeiro ano de vida, 50% dos casos já se manifestaram; e até os 5 anos, 85% das pessoas que terão dermatite atópica na vida já apresentaram os sintomas). Nos bebês, as lesões (que em geral são avermelhadas, podem formar crostas e sempre causam coceira) se localizam geralmente no rosto e na parte externa dos membros. E nas crianças maiores, nas dobras de braços e pernas, na do bumbum, no pescoço e também no rosto (muito comum acontecer vermelhidão e inchaço ao redor dos olhos). Catarina tem todos esses sintomas, que às vezes estão mais intensos, em outras horas somem. Vocês podem imaginar que não é fácil conviver com isso, mas o que tenho observado é que algumas medidas têm amenizado muito o problema e o desconforto da pequena:

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Dermatite atópica e hidratação da pele

Esse é um dos pontos-chaves do tratamento da dermatite atópica, e aquele em que o pediatra da minha filha mais pega no pé: tem que hidratar muito bem a pele. As pessoas com esse problema apresentam a pele seca (engraçado que eu notei nitidamente que a pele de Catarina ficou mais seca depois que os sintomas apareceram), e quanto mais hidratada ela estiver, menor a chance das lesões surgirem.

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Um erro muito comum (que eu já fiz e que não recomendo para ninguém) é parar de passar o hidratante depois que as lesões melhoram. Sabe quando você acha que a pele já está bem melhor e descuida? Pois é, não faça isso. Porque manter a hidratação é uma atitude importante para prevenir a coceira e a vermelhidão características. E não pode ser qualquer hidratante: tem que ser um hipoalergênico, sem cheiro, sem corantes – ou seja, de preferência especialmente formulado para esse uso. Algo que eu também percebi é que quanto mais viscoso, grosso for esse hidratante, melhor – ele acaba protegendo por mais tempo a pele do filhote.

O hidratante deve ser passado sempre após o banho (mas é logo após mesmo, não dá para esperar muito). E se a pele do pequeno estiver muito seca, deve ser reaplicado algumas vezes durante o dia. É fundamental também que o banho seja rápido e não muito quente, justamente para não remover a proteção natural da pele. E o sabonete deve ser específico (há produtos em barra e ou líquidos – eu acabei me adaptando melhor com o segundo por aqui) e usado em pouca quantidade.

Dermatite atópica e alergia

Não se sabe exatamente o que causa a dermatite atópica, mas certamente ela está associada a fatores genéticos e ambientais. Quando os pais apresentaram o problema na infância, as chances do filho também demonstrar são maiores. Também já se observou que a dermatite é mais comum em crianças com asma e rinite alérgica. E, segundo o pediatra da minha filha, essas três manifestações acabam se equilibrando – por exemplo, quando a asma diminui ou some (que foi o caso de Catarina, que tinha problemas respiratórios frequentes e agora está ótima do pulmão), muitas vezes aparece a dermatite e a rinite.

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Uma coisa interessante de se notar é que alguns fatores que podem desencadear uma crise de asma, como produtos químicos com cheiro forte, poeira e ácaros também podem piorar um quadro de dermatite atópica.

Dermatite atópica e roupas

Quando a criança que tem dermatite atópica fica muito suada, e não consegue liberar toda aquela transpiração com facilidade, as lesões tendem a piorar. Por isso é fundamental usar roupas de algodão ao invés de sintéticas, não usar lã diretamente sobre a pele, evitar roupas apertadas (que além de tudo também incomodam muito nas dobrinhas de braços e pernas, que ficam feridas), e não colocar amaciante, que pode piorar o problema (aqui em casa as roupas de Catarina nunca viram esse tipo de produto, e continuará assim por um bom tempo!).

Dermatite atópica e alimentação

Aqui está algo muito controverso: cerca de 30% das crianças com dermatite atópica também apresentam alergia alimentar, principalmente quando a dermatite aparece nos primeiros anos de vida. Mas nem todas as crianças com dermatite apresentarão relação do quadro com a alimentação (e estabelecer essa relação pode ser mais difícil do que parece! Eu, por exemplo, não consegui determinar se algum alimento dispara a alergia de Catarina, por enquanto estou só observando).

Quando a relação entre a dermatite e a alimentação fica comprovada, em geral os alimentos que estão envolvidos são o ovo, o leite de vaca e de cabra, crustáceos, amendoim e milho. Por orientação do pediatra da pequena nós evitamos conservantes em geral, que também podem piorar o quadro (quanto mais natural a alimentação, melhor).

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Outros fatores que pioram a dermatite atópica

E ainda tem mais? Tem sim! Tanto o calor quanto o frio intenso tendem a piorar a dermatite atópica (o primeiro porque acentua a transpiração, o segundo porque tende a levar a banhos mais quentes e demorados, além do uso de roupas mais pesadas). Também se acredita que o estresse e o cansaço podem piorá-la (eu já notei que quando Catarina dorme mal alguns dias seguidos, as lesões começam a aparecer, é batata! Se dormir poucas horas na noite e não descansar direito, já levanta se coçando, então estou tentando fazer com que ela durma o máximo possível. Parece bobeira, não é? Mas eu vi que acontece mesmo!).

Outro fator que pode piorar as lesões é a baixa umidade do ar. Por isso, é recomendável o uso de umidificadores no quarto da criança, sempre que o ar estiver muito seco.

E tem algo que melhora a dermatite atópica?

Dizem que o contato com água salgada (do mar ou mesmo de uma piscina salinizada, para natação) melhora um pouco as lesões. Eu ainda não testei, mas pretendo colocar Catarina na natação até o fim do ano e volto para contar se houve diferença. Mas atenção: piscina com cloro não é bacana!

No sol eu já notei que o que funciona melhor para ela são os filtros solares mais viscosos, aqueles que “grudam” mesmo. Os modelos em spray ou em espuma (esse último eu comprei nos EUA, por aqui ainda não vi) parecem não ser tão bons para sua pele, que acaba ficando seca e irritada (sinceramente não sei se acontece com todas as crianças com dermatite, mas fica como dica).

E o tratamento?

Quando as lesões pioram, em geral os médicos costumam receitar um anti-alérgico via oral. Paralelamente a isso, existem pomadas que ajudam no controle (não vou citar nomes de produtos aqui porque é fundamental que a receita parta do pediatra do seu filho) – atualmente estamos conseguindo ficar apenas nas pomadinhas e no hidratante.

Se você fizer uma procura na internet, verá que há muitos relatos de tratamento com homeopatia – se você acredita nessa linha, pode ser uma tentativa válida.

Por fim, uma dica básica, mas importante: mantenha sempre as unhas do filhote bem curtas, para que ele não coce e machuque a pele. Porque se a ferida aumentar, pode infeccionar e nesse caso pomadas com antibiótico podem ser necessárias.

Enfim, espero que as informações sejam interessantes e úteis para muitas mães!