Catarina está ficando uma menininha cada vez maior. E é engraçado como, recentemente, a curiosidade das pessoas sobre sua capacidade de leitura tem aumentado bastante. Basta começar um papo com outra mãe, com filho da mesma idade, que fatalmente o diálogo terminará com a pessoa me perguntando se a pequena já sabe ler, se escreve também, se é apenas seu próprio nome, ou se domina um grande número de palavras.

Minha filha tem apenas 4 anos de idade, e eu não esperava que, com essa idade, ela soubesse ler e escrever. Talvez por não ter essa expectativa, sigo tranquila de que seu desenvolvimento cognitivo está ocorrendo sem problemas. Mas não é o que tenho visto por aí: a preocupação em dar a melhor educação formal para o filho, para que ele seja praticamente o que consideraríamos um super dotado em nossa infância, mostra o quanto nossa sociedade dá valor para o “sucesso futuro”, que seria garantido por um desempenho escolar primoroso, desde os primeiros anos (como se felicidade fosse sinônimo de um emprego com um gordo salário. Mas deixemos essa discussão para um próximo texto).

Imagem: 123RF

Eu tenho pensado bastante sobre isso, e cheguei à conclusão de que eu espero que Catarina saiba muitas, muitas outras coisas antes de aprender a ler. Porque com 6, 7 anos de idade, fatalmente ela começará a juntar as primeiras letrinhas, a formar palavras, sem esforço algum. Por outro lado, acredito que para outros tipos de aprendizado, a janela de oportunidade que tenho para sensibilizá-la está cada vez menor. É preciso que eu esteja atenta agora, atuante, porque depois será mais difícil mostrar algumas coisas importantes sobre a vida:

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– Eu espero que minha filha aprenda a ser gente. Gente da melhor espécie, que tem o coração aberto para a vida, e que sabe respeitar tudo e todos ao seu redor. Que saiba olhar para uma pessoa bem velhinha e apreciar o quanto de conhecimento ela traz em suas rugas. Que veja um bebezinho e tenha vontade de ajudá-lo no que ainda não é capaz de fazer. Que olhe um amigo machucado e queira colocar um curativo. Que enxergue aqueles que pouco têm e sinta necessidade de fazer alguma coisa por eles.

– Que saiba ver as estrelas. Eu desejo que minha filha saiba olhar para o céu, e apreciar sua beleza. Aliás, que ela entenda que as coisas mais simples são também as mais belas. Que ela olhe um estrelinha bem pequena e distante, e acredite que, se for seu desejo, poderá ir até lá, mesmo que todos falem o contrário. Que ela se emocione pensando em como toda essa perfeição aconteceu e seja agradecida por poder admirá-la.

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– Que aprenda a falar. E não estou me referindo à capacidade de responder se já fez ou não a lição de casa, quanto é dois mais dois, qual é a primeira letra do alfabeto, e sim à habilidade de expressar o que pensa e o que sente. Que ela saiba dizer quando está triste, alegre, magoada, ansiosa – porque é dando nome a esses sentimentos que, pouco a pouco, você aprende a dominá-los. Quero que ela fique tranquila quando responder algo errado, sabendo que ninguém acerta em 100% das vezes. Que diga quando não entendeu algo, quando não gostou, quando precisa de colo, mesmo não sendo mais um bebê. Que entenda que falar “obrigada” e “por favor” com um sorriso nos lábios não tira pedaço de ninguém – só aquece o coração de quem diz e de quem ouve.

– Que perceba que fazer o certo é sempre o melhor caminho. Porque fatalmente ela encontrará pessoas que tentarão dizer que ela pode escolher o mais “fácil”, o mais “bacana”, o que é mais “esperto”. Que ela entenda que é errado pegar o pacotinho no supermercado, mesmo que ninguém esteja olhando. Que se prometeu fazer algo, deve cumprir, mesmo que não exista alguém supervisionando. Que se quebrou algo, precisa assumir a responsabilidade, não deixando que outro arque com as consequências.

– Que acredite que a magia é real. Que fadas, princesas, heróis, unicórnios existem sim, nem que apenas em sua imaginação (mas continuam existindo!). Aliás, como não seriam reais, se ela mesma é uma pequena fadinha, capaz de fazer mágica com seu abraço?

– Que saiba que, não importa o que aconteça, é muito amada e pode sempre contar com seus pais. Porque essa é uma das poucas certezas que eu tenho na vida, e um amparo para os momentos de dificuldade e tristeza. Que ela possa nos olhar e ver que somos falíveis, mas que sempre tentamos fazer o nosso melhor. Que nunca duvide que estaremos ao seu lado quando ela cair – nos primeiros passos, da bicicleta, ou nos piores tombos que ainda enfrentará. E que ela não precisa ser a mais bonita ou a mais inteligente da turma para que isso aconteça – porque ela já é o mais importante: simplesmente nossa filha.

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