Nós últimos tempos, Catarina tem tido alguns pesadelos – e, com isso, temos conversado muito com ela sobre o que lhe causa medo. Eu mesma me lembro de um desenho animado que assisti na infância e que me deixou em pânico por mais de um mês! É inevitável que nossos filhos manifestem alguns medos – e, muitas vezes, precisarão de nossa ajuda para superá-los.

Por isso convidei a psicóloga e psicoterapeuta Daniella Calderon a conversar conosco sobre o assunto no post de hoje. É com muita alegria que conto a vocês que ela passa a ser uma das parceiras do Mil Dicas de Mãe – por isso, se você tem alguma dúvida na área de psicologia, mande-a para nós: ela pode ser tema de uma próxima matéria!

Agora vem dar uma espiadinha no post, que está incrível e cheio de dicas para ajudar os pequenos a superar seus medos.

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Por Daniella Calderon

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O medo é uma emoção primária: isso significa que ele é inato a todos nós, independente de nacionalidade e cultura, e que o sentiremos em algum momento de nossas vidas. Todas as emoções têm uma função fundamental em nosso desenvolvimento – por isso, costumamos falar que elas são agradáveis e desagradáveis de se sentir, e não as classificamos como positivas ou negativas.  Isso também acontece com o medo – embora ninguém goste de senti-lo, ele tem um papel fundamental em nossas vidas. E, como conversaremos a seguir, ele pode ser considerado uma emoção protetiva, o que pode ser aprendido desde cedo por nossas crianças.

Desde os primórdios, o medo protege o ser humano em situações de ameaça e perigo – gera uma série de efeitos no corpo que o preparam para lutar e fugir. E, pensando em nosso dia-a-dia, essa característica de proteção está presente: imagine se não tivéssemos medo de atravessar as ruas das grandes cidades e assim o fizéssemos, conforme nossa necessidade, sem nos atentarmos ao movimento dos carros? Nesse caso, o medo de sermos atropelados faz com que tomemos cuidado e sejamos prudentes. É assim que ensinamos nossos filhos a usar o medo a seu favor, para cuidar de si.

Mas quando sentido em excesso, o medo não nos protege – mesmo na infância, ele pode ser causa de muito sofrimento e prejuízo. Entre as crianças pequenas, é comum observarmos medo de monstros, fantasmas, bichos, de ficar longe dos pais, palhaço, entre outros. Já entre as maiores, do escuro, de pesadelo, de perder pessoas queridas, de altura, de se perder, da violência, de personagens de filmes, situações novas e mudanças – medos que também podem ser sentidos pelos adultos.

Pais, avós, tios, professores – pessoas de convivência mais próxima da criança – precisam observar a frequência com que ela manifesta o medo, se ela demonstra sofrimento (choro, emoções diferentes, alteração de comportamento), se há impacto em seu cotidiano (alterações de sono, alimentação), para então compreender se há a necessidade de uma atenção especial quanto ao sentimento que vem fazendo parte de sua vida. Geralmente, quando há suporte de alguém em quem os pequenos confiam, os medos costumam ser transitórios e não geram prejuízos significativos em sua rotina – ao contrário, muitas vezes trazem aprendizados importantes.

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Como contei anteriormente, todos nós sentiremos o medo de diferentes formas, então é muito importante conhecermos e ensinarmos aos pequenos como o medo funciona na nossa mente e no nosso organismo – principalmente quando ele incomoda e paralisa. Tanto nos adultos como nas crianças, acredito que o medo venha da percepção que cada um tem de uma situação/estímulo – ou seja, do pensamento que temos em relação a algo, e não da situação em si.

Esses pensamentos podem gerar comportamentos e sensações em nosso corpo, que confirmam o medo. Por exemplo: seu filho vê um monstro num desenho na televisão e pensa: “nossa, que monstro horrível!  E se ele aparecer lá em casa? E se ele fizer mal para minha família? E se eu estiver dormindo e não conseguir chamar ninguém? Ah, e ainda a Maria disse que também tem medo do monstro, porque eles são muito maus”. Conforme vão vindo os pensamentos, o medo só vai aumentando! Enquanto a mente pensa, no corpo o coração acelera, a criança sua, fica super-atenta, não consegue relaxar e dormir.

Cada um de nós vai ter seu próprio modo de interpretar o medo, bem como a forma como o corpo reage aos pensamentos relacionados a ele. É como se quem sente o medo pensasse no pior e antecipasse algo muito ruim que pudesse acontecer, real ou não. Naquele momento, não conseguimos pensar e avaliar que aquela situação não poderia, de fato, ocorrer. Por isso, geralmente não faz efeito falar para a criança: “mas Pedro, monstro não existe! É coisa da sua cabeça!”.

Então, seguem algumas dicas para você ajudar a criança, quando os medos desagradáveis aparecerem:

– acolha-a. O acolhimento é o primeiro passo para que ela fique calma.

– tente acalmá-la, fazendo respiração abdominal (respire com ela).

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– normalize o medo (diga que todos sentimos medo, e que isso é normal).

– diga que vocês podem conversar sobre o que está causando o medo, e que vocês estão seguros.

– desafie seus pensamentos (vá desmontando o pensamento do medo, questionando calmamente e respeitosamente seus receios, para que ela possa refletir sobre a possibilidade real do evento acontecer – lembre-se do exemplo do monstro que entra à noite na casa dela).

– se você perceber que o medo acontece diante de uma situação real, proponha pensar numa solução juntamente com ela, passando segurança e dizendo que você está ao seu lado. Por exemplo: se ela estiver com medo de que alguém entre na casa à noite, diga que você, como adulto, verifica sempre se o ambiente está seguro. E que ela pode confiar em você, ficar tranquila. Importante: não deixe a responsabilidade para a criança, pois isso pode aumentar o medo.

– ler livros sobre o tema adequados para sua idade, de forma natural (como você leria qualquer outra história). Algumas boas indicações de livros são a coleção “Quem tem medo de quê?”, da Ruth Rocha, e “O que fazer quando você se preocupa demais”, que eu mostro abaixo:

livros medo

Porém, se o medo que seu filho sente o impede de fazer algo que ele fazia habitualmente, se ele demonstra alterações no comportamento, humor, sono e/ou alimentação persistentes, se apresenta prejuízos sociais, emocionais, pode ser a hora de procurar ajuda profissional. É importante que não se postergue esse suporte – ele pode trazer resultados positivos já a curto prazo, auxiliando a criança a lidar com o medo e proporcionando um melhor relacionamento familiar.

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