Muitas são as diferenças que existem entre a minha infância e a que a minha filha tem hoje. A começar pelo fato de que eu tenho duas irmãs, enquanto minha pequena é filha única. Eu dividia pai, mãe, avós, quarto e brinquedos; Catarina não: tem praticamente tudo para ela e está acostumada a ter suas vontades mais rapidamente satisfeitas (apesar dos meus esforços para que ela entenda que é uma integrante da família, e que em certos momentos deve esperar a sua vez – para falar, para pedir, para receber).

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Mas, se pensarmos bem, mesmo nas casas com mais de um filho, a geração de nossos pequenos está mais acostumada a ser atendida com prontidão, se comparada à nossa. Quando íamos a um restaurante, brincávamos com os primos em mesas imensas, enquanto esperávamos a comida chegar (e facilmente isso levava mais de uma hora para acontecer). Na “nossa época”, nem todos os brinquedos do desejo eram comercializados no Brasil – era preciso esperar algum conhecido viajar para comprar o tal presente. E a maioria deles também não era automatizada, por isso levávamos mais tempo criando e executando a brincadeira; e com isso a diversão poderia levar horas!

Já nos dias de hoje, nada disso acontece. Nossos filhos têm acesso à maioria dos brinquedos que querem e não existem mais fronteiras: poucos cliques em um site trazem os adorados presentes do exterior. Na hora da refeição fora de casa, os pequenos estão acostumados a terem os pais levando suas bandejas para que eles comam rapidamente em praças de alimentação. Além disso, muitos brinquedos atuais são movidos a pilhas e baterias, e as crianças se entediam rapidamente com as atividades.

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Vivemos uma era tecnológica, permeada pelo imediatismo e inquietude. Claro que essa mudança trouxe coisas boas: aproximou-nos de quem mora longe e nos fez falar com pessoas que nunca imaginamos – essa conversa que estamos tendo agora é prova disso! Mas também não podemos negar que o nosso nível de paciência diminuiu e a ansiedade vem crescendo cada vez mais. Obviamente, esse fenômeno atingiu (e muito!) as crianças. Elas nasceram nessa sociedade em que tudo é para ontem – assim, o ser paciente pode ser uma das aquisições mais difíceis para nossos filhos nos tempos atuais.

Aqui entra nosso papel de pai e mãe como educadores, porque uma criança que sempre tem pressa e não sabe esperar fatalmente se frustrará muito quando crescer. E esse é um desafio que enfrento diariamente com Catarina, que por natureza não é das crianças mais pacientes do mundo. Minha filha é alegre, impulsiva, cheia de energia – praticamente o contrário da menina que eu fui, introspectiva e controlada. E com esse perfil, somado ao fato de pertencer a uma geração permeada pela tecnologia, não é tarefa fácil ensiná-la sobre a paciência.

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Ao percebermos isso, eu e meu marido começamos a trabalhar a questão do tempo com a pequena. Afinal, acredito que a paciência esteja ligada à capacidade da criança entender que não existe apenas o agora – as horas, os dias, e os meses passam, e pode ser necessário aguardar. É claro que essa percepção varia para cada faixa etária, mas você pode fazer com que o seu filho compreenda desde cedo que para tudo existe o momento certo, e que às vezes é necessário esperar.

Por exemplo, em um dia mais tranquilo, vocês podem fazer uma pizza em casa e envolver o pequeno no processo. Já fizemos isso com a Catarina e foi muito interessante, porque ela percebeu que é preciso planejamento e organização. Ao comprar os ingredientes no supermercado, montar a pizza, esperar assar para degustá-la, as crianças aprendem sobre a espera. Outra dica é plantar uma florzinha ou pé de feijão com o filho, pois ele entenderá que a plantinha passa por várias etapas para se transformar no que é. Confeccionar um calendário caseiro com o pequeno, e pedir que ele desenhe nas datas comemorativas, também é uma boa ideia. Ele entenderá que o seu aniversário ou o Dia das Crianças demorará vários meses para chegar.

Para mim, o mais importante é que nós, pais, passemos a ideia de que esperar faz parte da vida. E esse aprendizado pode acontecer das formas mais simples! Em maio viajaremos com Catarina e a pequena está esperando ansiosamente por isso (embora ainda não tenha idade para dimensionar exatamente quantos dias faltam). Então mostrei uma árvore do nosso prédio, que sempre floresce nessa época do ano, e expliquei que quando ela estiver com lindas camélias abertas, será a hora de partirmos.