Acho que, nessa vida, não existe uma única pessoa que goste de errar. Por isso me sinto à vontade para confessar a vocês: eu sempre detestei cometer um erro. Sabe aquela menininha que buscava o caderno nota 10 na escola? Essa era eu. O desenho tinha que ser caprichado: todos os cantinhos pintados, e se possível com degradê de cores. As contas matemáticas, perfeitamente resolvidas. Receber uma lição de casa com correções era motivo de irritação: como é que eu não tinha acertado tudo? Mas, o que mais me doía, certamente, era errar com alguém. Causar sofrimento a um amigo, ou parente, era algo que me corroía por dentro. Eu me colocava no lugar daquela pessoa, sentia o sofrimento que eu havia causado (por menor que ele fosse) e ficava extremamente triste comigo mesma.

triste

O tempo passou, eu cresci. E quando minha filha nasceu, eu me vi sendo a grande responsável por seus cuidados. Era eu quem decidia o jeito de colocá-la no berço, a forma de amamentar, a marca da fralda que ela usava, se deveria ou não marcar o pediatra (e quantas vezes não tive dúvida, depois de um dia inteiro de choro!). Eu percebi que tomar decisões por alguém significa acertar de vez em quando, errar um montão de vezes, e ter que desculpar a si mesma por todos os erros que cometeu.

Mãe erra por inexperiência. Porque achou que o choro era de fome, e não percebeu que era dor de ouvido. Porque colocou roupa demais e só depois viu que o filho ficou cheio de brotoejas. Porque não sabia o que fazer para parar a cólica e o bebê chorou até dormir de exaustão. Porque comprou um sabonete novo e o filhote teve alergia. Porque não sabia de que tamanho precisava cortar o pedaço de fruta, e na primeira vez que ofereceu, o filho engasgou. Porque passou o pequeno do berço para a cama, e dias depois ouviu o barulho da queda no chão.

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Mãe erra por cansaço. Porque demorou cinco minutos para acordar quando o bebê começou a chorar durante a madrugada (depois de uma semana em que acordou uma média de seis vezes por noite para amamentar). Porque deixou a chupeta na fervura e só se lembrou de desligar o fogo quando ela derreteu. Porque esqueceu a carteira em casa quando saiu correndo para não perder a hora no pediatra. Porque gritou quando o filho teve a décima crise de birra do dia, ao invés de pegá-lo no colo e distraí-lo.

Mãe erra porque acha que a maternidade lhe dá poder de super-heroína. Porque ela ouviu dizer que aquela prima amamentou exclusivamente até os seis meses, nunca teve babá ou ajuda para as tarefas da casa. Porque sua amiga tinha um bebê recém-nascido e trabalhava no computador enquanto ele dormia, já nas primeira semanas do pós-parto. Porque sua irmã é a mãe mais bem-sucedida do universo: o filho dorme a noite toda desde os 3 meses, come até salada de agrião e nunca fica doente. E é claro: se as outras conseguiram, ela tem que conseguir também.

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Conclusão: mãe erra todo dia, ou quase isso. E, pior do que saber que errou, é perceber que foi o filho quem sofreu com esse erro. Você pensa: “mas a dor tinha que ser em mim, e não nele”; e isso machuca lá no fundo do seu coração. Mas não adianta, porque você não pode voltar no tempo. Pode, no máximo, aprender com o erro para não cometê-lo novamente. Então você começa a se aceitar como é de verdade: imperfeita. Mas com uma grande vontade de fazer melhor no dia seguinte.