Recentemente vivemos uma situação tensa aqui em casa. No meio da noite, Catarina começou a gritar (desesperadamente, como nunca havia acontecido). Meu marido entrou em seu quarto e tentou falar com ela, mas a pequena não respondia coisa com coisa. Ela chorava tanto, gritava tanto, que ele a trouxe até mim (eu já estava dormindo e acordei com um sobressalto, sem entender o que estava acontecendo). Aos poucos, ela se acalmou ao meu lado, até que dormiu. E para meu completo espanto, não se lembrou de absolutamente nada no dia seguinte!

Coincidentemente, eu havia acabado de receber esse texto da nossa consultora de sono, Michele Melão, sobre terror noturno e pesadelos. E foi ótimo, porque pude identificar que daquela única vez havia sido um episódio de terror noturno (todas as outras, em que a pequena choramingou durante a noite, provavelmente eram pesadelos). Recomendo a leitura, pois a matéria está muito esclarecedora e cheias de dicas práticas que podem ser valiosas para as noites dos pequenos!

Por Michele Melão

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Uma das perguntas que faço para as mães quando os bebês acordam muitas vezes durante a noite, ou quando o problema é o choro excessivo na madrugada, é se o bebê tem pesadelos ou terror noturno. A resposta “padrão” de quase 100% das mães é: “não sei identificar; meu bebê chora, mas não saberia dizer o motivo”.

theloushe via Compfight cc

theloushe/Creative Commons

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Hoje queria falar com vocês sobre o que são esses distúrbios de sono, como identificá-los através das diferenças entre um e outro, e também sobre como lidar com essas situações. Vamos a eles?

Terror Noturno: distúrbio identificado como um ataque, muito mais raro do que os pesadelos. Ele pode acontecer por várias noites seguidas, ou até mesmo ocorrer mais de uma vez em uma mesma noite. A criança chora muito (aliás, ela grita), geralmente senta na cama, pode estar de olhos abertos, não responde aos estímulos externos. Ou seja, está dormindo e pode falar coisas incoerentes. Geralmente deixa os pais bastante desesperados porque é parecido com um ataque de pânico; o pequeno fica com a respiração acelerada e não reconhece os familiares. Esse distúrbio acontece com cerca de 5% das crianças e é mais frequente dos cinco aos sete anos, mas pode começar a partir do primeiro ano de vida. Outra característica é o tempo do ataque: de trinta segundos a dez minutos. Muito? Sim, para os pais parece uma eternidade.

Aqui o ideal é manter a calma e procurar auxílio da medicina se os casos forem frequentes. O terror noturno não deixa traumas, já que raramente a criança irá se lembrar do episódio. Fique ao lado do seu filho, já que a criança pode se machucar durante a crise e espere o ataque cessar. Seu filho voltará a dormir como se nada tivesse acontecido.

Se o terror noturno ficar frequente, tente anotar o horário que ele acontece. Você perceberá que é quase sempre na primeira metade da noite. Dê uma leve acordada na criança pouco tempo antes do horário em que geralmente o episódio acontece. Com isso, você mudará o padrão de sono e muitas vezes evitará o terror noturno. Com o passar do tempo, não o acorde mais e veja se o distúrbio já passou. O cansaço das crianças também promove este ataque, então outra boa estratégia para acabar com isso é deixar seu filho dormir por mais tempo, prolongar as sonecas diurnas ou colocá-lo para dormir um pouco antes.

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Uma grande diferença entre esse distúrbio e o pesadelo é que o terror noturno tende a acontecer no início do ciclo do sono (sono não REM) e no começo da noite; diferentemente do pesadelo, que geralmente ocorre no fim do ciclo (fase REM do sono).

Pesadelos: são apenas sonhos, extremamente influenciados pelo dia da criança e sem necessidade de tratamento médico. Um filme na televisão ou algo assustador que aconteça durante o dia podem desencadeá-los. Normalmente a criança acorda muito assustada e, diferentemente do terror noturno, lembra-se do sonho depois de acordar e também no dia seguinte. Outra grande diferença é a incidência. Pais de cerca de 40% de crianças entre 3 e 5 anos relatam episódios de pesadelo.

Algumas crianças não choram durante o pesadelo, mas sim ao acordar. Nestes casos, o melhor a fazer é atender e acalmar o pequeno. Explique que foi um sonho, use técnicas como colocar um “guardião” na porta do quarto – que pode ser um desenho do seu personagem favorito. Ou deite ao lado do seu filho até que o sono volte, conte uma história leve e engraçada, tudo que tire o foco da criança do sonho que ela teve. Lembre-se de que nos pesadelos, as crianças ficam em estado de alerta, com um sentimento forte de ansiedade, medo e opressão.

Algumas (poucas) semelhanças:

– O stress e o cansaço podem facilitar a ocorrência dos dois distúrbios. A regra aqui é a mesma: aumentar o tempo de sono do seu filho.

– A febre pode estar relacionada à ocorrência de ambos.

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– A rotina da criança deve ser observada. Estudos mostram que crianças ansiosas ou muito reprimidas possuem maior tendência a apresentarem os distúrbios.

Espero que essas informações tenham sido úteis para que vocês identifiquem e, principalmente, saibam como agir frente a essas situações. Raramente as crianças precisarão de intervenção médica, sendo necessária apenas a paciência e compreensão dos pais.

michele melão selo