Essa semana saiu uma notícia grotesca na internet: na cidade de Campinas, uma mãe foi chamada a uma escola da rede pública para trocar a fralda de seu filho. Claro que, ao receber o telefonema, ela correu até lá (porque trabalhava em um local que lhe permitia isso; imagino se a coitada estivesse do outro lado da cidade, ou não tivesse sido contactada) e encontrou a criança de dois anos sentada junto à parede, sujinha, com a fralda cheia de cocô. Resultado: decidiu fazer um BO relatando todo o caso.

A história deu o maior bafafá na internet: a maioria das mães criticando a postura da professora (que era substituta e que não trocou a fralda do menino, pedindo que o segurança da escola telefonasse para a mãe) e algumas outras dizendo que a culpa era da escola, que provavelmente não dava condições de trabalho aos professores (e que, se ela estivesse sozinha com toda a turma, não poderia mesmo sair da sala para realizar a higiene do pequeno). Juro que fiquei em choque, pensando o que eu faria se a situação tivesse ocorrido comigo.

Imagem: Anderson SSilva via Compfight cc

Imagem: Anderson SSilva/Creative Commons

Depois de ficar bem brava (e me imaginar querendo esganar a professora, como toda mãe leoa faria nesse caso), tentei colocar a cabeça no lugar para fazer uma análise um pouco mais profunda do ocorrido. E fiquei com muita, muita dó de todo mundo. Em primeiro lugar, claro, do menininho, que teve o direito de ser bem cuidado negado. O mínimo que se espera de uma escola, ou de uma creche, é que ela garanta o direito de toda criança se manter saudável em suas dependências. E se essa mãe só conseguisse chegar à escola horas depois (porque, sim, há mães que ficam duas horas dentro de um ônibus para voltar do trabalho)? Grandes as chances de que o menino ficasse com a fralda cheia de cocô por horas (para não falar do desconforto de uma possível assadura).

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Também fiquei com dó dessa mãe, que chegou ao local e viu seu filho todo encolhido, quieto, sozinho, e que se perguntou que droga de escola era aquela em que ela tinha que deixá-lo (com a falta de vagas na rede pública, muitas vezes é isso ou não ter o filho estudando). Imagine se algo semelhante acontecesse em uma escola particular de alto padrão? Melhor que nem abrisse no dia seguinte, porque tenho certeza de que seria um escândalo tão grande, que mãe nenhuma iria deixar seu filho matriculado lá.

Por fim, por mais absurdo que isso possa parecer a muita gente, fiquei com dó também dessa professora. Porque se ela não trocou a fralda por nojo, obviamente está no trabalho errado. E ninguém pode ser feliz fazendo algo tão fora do que deseja para si (e se foi isso o que aconteceu, tenho dó, mas não tiro sua responsabilidade de cuidar da criança como ela merece). Mas pode ser que outra coisa: um despreparo tão, tão grande, que ela não sabia o que fazer e chamou a única pessoa que lhe veio à mente para ajudar – a mãe do menino.

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Independente do que motivou o fato, acho justíssimo que essa mãe manifeste sua indignação. Porque não se pode calar quando esses absurdos acontecem. Para mim, a professora não errou sozinha – a escola (e a prefeitura que a mantém) errou como um todo. Pode ter sido na seleção de uma professora despreparada para lidar com as crianças; ou na falta de uma auxiliar que atuasse junto com a professora naquele momento, para que uma mantivesse a sala sob controle, enquanto a outra trocaria o menino; ou ainda na direção da escola, que não soube orientar essa funcionária (e não adianta dizer que não foi informada do ocorrido, porque se de fato não foi, não soube se colocar como solucionadora de problemas da unidade – que é justamente a função de uma diretora).