Eu já comentei algumas vezes aqui no blog sobre minha história pessoal de amamentação. Durante nove meses, Catarina mamou no peito, embora tenha recebido complemento boa parte desse tempo. Apesar das dificuldades enfrentadas, eu considero que tivemos uma experiência exitosa. Tanto é assim, que essa é uma das partes de que mais sinto saudades, quando me recordo de seu primeiro ano de vida. E, sim, meu marido me ajudou a amamentar, como eu conto a seguir.

Imagem: 123RF

Já ouvi diversas vezes de homens, falando sobre a paternidade: “tem coisas que não podemos fazer pelo bebê. Não nascemos com peitos, então como esperar de nós um envolvimento grande nos primeiros meses, em que tudo o que ele faz é mamar e dormir?”. Puxa, sinto em informar, mas precisamos rever alguns conceitos. Nós, mulheres, obviamente conhecemos as diferenças anatômicas que nos constituem e sabemos que vocês não produzirão litros e mais litros de leite para nutrir o NOSSO bebê. Daí a concluir que vocês não podem ajudar em nada, vai uma boa distância!

Felizmente, eu também conheço um grupo de homens que pensa de forma mais evoluída. Que entende que o processo de amamentação vai além de ter peitos – é preciso que a mãe esteja calma, bem alimentada e o mais descansada possível, para que ele dê certo. E é aí que os pais podem fazer toda a diferença! E como o sexo masculino adora que os assuntos sejam abordados de forma clara e precisa, fiz uma lista com dicas de como um pai pode ajudar na amamentação:

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1) Garanta o fornecimento de matéria-prima (líquidos e comidinhas!)

Caro pai, lembre-se de que sua esposa é uma máquina de produção de leite. E para produzir, ela precisa de matéria-prima; no caso, água e comida saudável, de qualidade. Lembre-se de que o tempo livre da mulher nos primeiros meses de vida no bebê é mais do que escasso, é inexistente! Se ela tivesse meia hora disponível, provavelmente estaria dormindo, e não preparando algo para comer, por mais faminta que esteja (e, olha, que amamentar dá um fome de leão!).

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Portanto, você pode ajudar já na compra do supermercado. E, depois, trazendo um sanduíche para o lanchinho da sua esposa, um suco, enchendo a garrafa de água que fica ao lado da poltrona de amamentação ou preparando uma refeição. Você pode achar que são cuidados pouco importantes, mas eu tenho certeza de que sua mulher vai valorizar, e muito! Porque ela vai enxergar não só a matéria-prima para o leite, mas também o carinho do seu gesto.

 

2) Coloque o bebê para arrotar

Talvez, pai, você tenha ouvido falar que um bebê de poucos meses mama de três em três horas. Posso contar um segredo? Isso é um mito! Na melhor hipótese, no início, ele mamará a cada três horas a contar do início do processo. Considerando que um bebê de poucos dias leva uma hora para mamar, mais um tempo para arrotar e ser trocado, resta no máximo pouco mais de uma hora entre uma mamada e outra!

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Mas, se ao terminar de dar o peito, sua esposa puder voltar a dormir, enquanto você assume a tarefa de arrotar… Ah, você será elevado à categoria de herói dentro da sua casa! Porque ela conseguirá dormir duas horas entre uma mamada e outra! E isso melhora não só a quantidade de leite que sua mulher produz como também o humor dela. Cá entre nós, só por isso você também sai ganhando!

 

3) Bloqueie as interferências

Usando uma analogia que você conhece: seja o zagueiro da casa, faça um bloqueio na rede! Sua esposa precisa estar tranquila para amamentar e você pode ajudar (e muito, muito mesmo!) se garantir a paz necessária para que ela execute sua função. Seu filho mais velho chora querendo atenção, justamente na hora em que o bebê começa a mamar (por que será?)? Desvie sua atenção para outra atividade. Os palpiteiros de plantão estão deixando sua mulher maluca? Atenda o telefone e diga educadamente que ela não pode falar no momento.

 

4) Se necessário, assuma a posição de treinador

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E antes que você ache que eu enlouqueci, me explico. As primeiras semanas de amamentação são de dar pena, na maioria das mulheres (eu passei a conhecer algumas que nunca sentiram dor, mas são a minoria). O peito dói, dói de verdade. Às vezes sangra. E pode ser que sua esposa amamente chorando. Se isso acontecer, imagine-se como um treinador que estimula um esportista a ultrapassar barreiras, a se superar. Diga que ela vai conseguir, que é apenas uma fase, que em breve a amamentação será um motivo de prazer (o que é verdade). E, se, com o passar do tempo as coisas não melhorarem, ajude-a a pensar que talvez seja necessária a ação de uma “comissão técnica” (que pode ser a mãe, a sogra, a irmã, a amiga, uma consultora de amamentação). Como sua mulher está no olho do furacão, pode não ter percebido que precisa de ajuda (ou pode estar precisando apenas de alguém para dizer que ela não precisa saber tudo sobre amamentar, sem nunca ter passado pela experiência!).

Dica: independente do que você queria falar, diga com jeito. Nessa fase sua esposa estará altamente sensível.

 

5) Se alguma coisa não der certo, dê seu apoio

Minha filha não estava ganhando peso suficiente. Sim, eu estava amamentando em livre demanda, ela pegava direitinho o bico do seio, eu tomava quatro litros de água por dia e comia tanto quanto possível. Ou seja, eu estava fazendo o meu melhor para que ela mamasse, e mesmo assim meu leite não era suficiente. Pode ser que algo mais pudesse ter sido tentado? Sinceramente eu não sei, mas naquele momento eu havia feito tudo o que sabia para amamentá-la exclusivamente. E não deu. Então eu me senti a pior mãe do mundo, cheia de culpa.

Nessa hora, foi meu marido quem me apoiou. Foi ele quem disse que tudo ficaria bem e que, se eu continuasse a fazer tudo o que estava fazendo até aquele momento, poderia amamentá-la ainda por mais tempo, mesmo que tivesse que dar complemento ao fim da mamada no peito. E foi exatamente isso o que aconteceu: Catarina ainda mamou oito meses depois que as mamadas começaram a ser complementadas.