Catarina está com apenas três anos e já me fez reconsiderar algumas de minha ideias. Quando você tem um filho, aprende que dizer como a outra tem que criar o filho dela é muito fácil, difícil é colocar em prática na própria casa. Você percebe que aquele que saiu da sua barriga (ou que você adotou, porque tanto faz) é birrento, grita, chora, esperneia, até conseguir o que quer. E você tem que se manter firme, para que ele aprenda a aceitar o que é melhor para ele, e não necessariamente o que deseja.

Mas não é apenas nessas situações que as convicções de uma mãe são testadas. Talvez o mais difícil seja quando você mesma não tem certeza de que deve se manter inflexível em alguma regra que estabeleceu. Quando Catarina entrou na escola, por exemplo, decidi que seria parte do meu esforço para manter uma alimentação saudável que ela levasse suco natural em uma garrafa térmica todos os dias. Depois de duas semanas, adivinhem: a pequena começou a se recusar a levá-lo! “As meninas da escola disseram que isso não é suco, mamãe. Quero levar igual a elas, de caixinha!”. Pois é, eu era a única mãe da classe que enviava suco de laranja espremida em casa…

E aí, o que fazer? Continuar mandando o suco natural e tentar mostrar à filha que ela pode ser diferente dos outros? Enviar suco de caixinha (e, nesse caso, procurar de fato um suco integral – sim, existem caixinhas que são 100% suco – e não néctar ou refresco cheio de açúcar) para que ela se sentisse melhor aceita pelo grupo, considerando que estava em fase de adaptação escolar e que por si só a situação já estava sendo um desafio para a pequena? Na ocasião, tentei o caminho do meio termo: ora enviar o suco feito em casa, ora o de caixinha (e deu muito certo – passado o estresse inicial, hoje ela prefere levar em 80% das vezes o suco que faço para ela).

Conforme os filhos crescem, acho que o grau de dificuldade de nossas escolhas fica ainda maior. Outro dia, conversando com amigas que têm filhas um pouco mais velhas que Catarina, surgiu o papo sobre a nova modinha das festas infantis de meninas. Sabem onde são realizadas tais festas? Na casa dos pais, em um buffet infantil, em um parque? Não, dentro de uma limusine! E olha que estou falando de meninas de 7, 8 anos de idade, e não de adolescentes de 15.

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Parênteses: realmente não sei o que passa na cabeça de uma mãe que aceita fazer uma festa como essa para uma menina tão pequena. Primeiro: que tipo de valor está sendo passado, que o bacana é ter dinheiro para ter um carro daqueles? Segundo: por que uma menina dessa idade precisa de uma limusine, para se gabar perante às amigas? Terceiro: a ideia é que a limusine fique rodando pela cidade com as meninas (dizem que “a graça” é justamente essa). Você aceitaria a responsabilidade de rodar dentro de um carro de luxo com crianças e estar sujeita a um assalto ou coisa pior? Eu não, de forma alguma!!! Fecha o parênteses. 

Mas voltando à conversa, eu e a maioria das mães que ali estavam se pronunciaram terminantemente contra autorizar a filha a participar de uma festa dessas. Até que uma amiga mostrou outro lado da questão: e se a aniversariante fosse a melhor amiga de sua filha? E se todas as amigas de sua filha decidissem fazer uma festa igual? Você permitiria que sua pequena participasse ocasionalmente ou negaria, mesmo que isso significasse ser excluída de todas as comemorações da turma?

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Sinceramente, eu não tenho a resposta. Hoje poderia dizer que me manteria inflexível, mas a verdade é que ver o coração partido da filha também dói. Ainda acredito que cada caso é um caso, cada momento um momento, e só quando a questão aparece é que você de fato decide como proceder. Obviamente há situações onde você terá que ser irredutível, pois ainda é melhor um filho triste do que um filho em risco. Mas que é difícil ser responsável pela decisão, ah, isso é.

Fotografia: Gabriela Braun

Fotografia: Gabriela Braun