Um tempo atrás eu brincava com Catarina no parquinho do clube que frequentamos. Estava lá, entretida com baldinho, areia, escorregador, balanço, quando uma mãe que eu conhecia de lá veio falar comigo:

– Oi, você é a Nívea que tem um blog, não é?

– Sim, sou eu mesma.

– Oi, eu sou a Mariana, se lembra de mim? Que legal, acompanho seu blog, agora que estou ligando o nome à pessoa.

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– Puxa, adoro conhecer as leitoras, não sabia que você acompanhava o Mil Dicas de Mãe!

E assim começou o nosso papo, mostramos nossas crias orgulhosas e mais um pouco a Mariana me contou:

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– Sabe, escrevi um livro sobre maternidade, seria legal saber sua impressão sobre ele.

– Claro, será um prazer conhecê-lo, mantemos contato e eu te conto!

Então há algumas semanas eu recebi o livro (em horas como essa eu sempre torço para gostar do que chegou, porque do contrário eu acabo sendo sincera na minha opinião e fica uma situação pra lá de chata). Como a quantidade de trabalho por aqui anda imensa, prometi a mim mesma que só começaria a leitura quando tivesse tempo para me dedicar de coração a ela. Foi assim que no fim de semana passado eu abri pela primeira vez o “Botei o bebê de bruços”.  E só parei quando li as 100 páginas em uma tacada só!

Engraçado que li muitos livros sobre maternidade. Alguns abordavam técnicas e conceitos sobre o sono dos bebês (A Encantadora de Bebês, Nana Nenê, Soluções para noites sem choro, Bom Sono), outros falavam sobre o desenvolvimento do filhote mês a mês, ou simplesmente contavam fatos da gravidez e do pós-parto de modo engraçado. Mas em nenhum deles eu me enxerguei tanto quanto no livro sobre o qual eu conto a vocês hoje. A impressão que tive em algumas partes era a de que poderia ser eu mesma escrevendo; em outras, era como se uma amiga muito próxima estivesse me contando pedacinhos da sua história e de como se tornou mãe de três filhos.

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Acho que o grande barato do livro é perceber que  a maternidade nos torna muito, muito próximas. Porque há vivências, discussões, dúvidas que acontecem na minha, na sua, na casa de todas as mães, mesmo que com desfechos diferentes. Toda mãe tem a história de como decidiu o nome do seu filho, e ouvir como a Mariana fez para os três filhotes, imediatamente me fez lembrar de minha escolha por Catarina! Eu também me senti completamente perdida com o primeiro filho e achava que o pediatra me daria o manual de instruções (que, aliás, estou esperando até hoje!). Assim como ela, eu me questionei muitas vezes sobre a volta ao trabalho durante a licença maternidade, embora tenhamos optado por caminhos diferentes – eu de fato voltei (em meio período, mas voltei; e ela até tentou voltar, mas se encontrou mesmo em casa, como mãe, até encontrar uma forma de exercer uma atividade profissional sem sair dali).

Alguns trechos do livro me chamaram a atenção especialmente. Talvez porque remeta exatamente à fase que estou vivendo hoje com Catarina, das birras, manhas e malcriações, o capítulo “Barulho, bagunça e briga” tenha sido um bálsamo para minhas inquietudes. Porque é bom ouvir outra mãe falando sobre as dificuldades, como nem todos os dias são fáceis, como às vezes você chega a ponto de perder a paciência. Mas ao mesmo tempo como é importante insistir no caminho do amor, da educação, do limite. Agora, tocante mesmo foi a descrição do que para ela é ser mãe de menino (como seus dois mais velho) e de menina (a caçula). Enquanto ela diz que o mundo dos meninos é ativo, inquieto, com terremotos que derrubam a torre de blocos que acabara de ser empilhada, o das meninas é cheio de laçarotes. Olha a beleza do que ela escreveu:

“E ser mãe de menina? Isso ainda não sei ao certo. Enquanto a Micaela é ainda uma bebezinha, a diferença está na cor das roupas, nos enfeites de cabelo e no cuidado na hora de trocar a fralda, por causa de todas as dobrinhas extras. Mas eu a olho, olho, não me canso, e vou sonhando com a menina que um dia ela vai ser. Espero que ela goste de cor de rosa, mas também do amarelo, do azul, do verde e das outras cores deste mundo. Espero que ela brinque de boneca, mas também de carrinho, de pipa, de Lego. Espero que ela se vista de princesa, mas também corra pelo gramado, suba nas árvores para pegar amora, brinque com mangueira nos dias quentes de verão. Espero que ela fique sentadinha desenhando, mas também se suje na terra, se lambuze de sorvete e goste de um bom polícia-e-ladrão! Espero que ela seja sensível, mas também sapeca, inquieta e curiosa.

No fundo, eu olho para a Micaela e vou sonhando com a menina que um dia eu fui. Esta menina que virou mocinha que virou mulher e que virou mãe. Acho, então, que ser mãe de menina é reviver com ternura e paciência as fases da minha própria vida. Ser mãe de menina é me reconhecer em cada descoberta sua, é me identificar com os sonhos e com os medos que virão. Não é querer que seja igual, não é isso, mas é compreender, com experiência de causa, os sentimentos e os mistérios que envolvem o universo feminino.”

Fica a dica para quem quiser se emocionar!

Botei o bebê de bruços

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[Crônicas de uma mãe de três filhos]

Texto: Mariana Copelli

Editora: Clube dos Autores (venda diretamente pelo site – clique aqui)