Antes mesmo de Catarina completar dois anos, eu já estava devidamente informada sobre a fase de birras que me esperava pela frente. Você ouve das mães com crianças mais velhas que essa idade é desafiadora ao extremo, porque o filhote decide testar sua paciência a cada minuto (e posso assegurar que isso é mesmo verdade!). Mas pouco se fala sobre um outro desafio que os pais enfrentam nessa fase: a dificuldade que se tem em lidar com um pequeno que está no meio do caminho, entre ser um bebê ou uma criança.

Minha filha Catarina está exatamente nesse ponto, ora é um bebezão, que chora, faz manha, pede colo… e logo depois se acha no direito de discutir a escolha do canal de TV ou a hora em que pretende ir para a cama. E você, que está ali acompanhando esse rápido desenvolvimento do filhote, se pega em dúvida sobre como tratá-lo, que grau de autonomia dar a ele, até nas coisas mais simples. Sim, porque é muito diferente o que uma mãe ou um pai espera de um bebezinho e de uma menina ou menino. Quer ver? Você imagina que um bebê empreste seu ursinho a alguém que acaba de conhecer? Claro que não! Primeiro você acha o máximo quando ele consegue segurar o brinquedo; meses mais tarde, você o considera o filho mais espetacular do planeta quando ele consegue acionar o botão do urso que toca música. Mas emprestar? Não, afinal ele é só um bebê (ele nem deve saber o que significa a palavra e ele nunca viu aquele menino do parquinho!). Agora pensa que seu filho já é alguns anos mais velho, qual a primeira coisa que você diz a ele quando a outra criança tenta pegar o mesmo urso? “Filho, seja legal, empresta para o amiguinho, vai!”. Ah, e se ele fechar a cara você se pergunta: “onde foi que eu errei para ele ter essa atitude tão mal educada?”.

Então quando é que você deixa de esperar uma resposta do filhote e passa a esperar a outra? Pois é, acredito que seja nesse maravilhoso mundo dos dois anos. Pode parecer fácil lidar com essa mudança, mas eu não acho, não… Porque às vezes eu percebo que estou exigindo muito da filhotinha, e em outros momentos, subestimando sua capacidade. Você vê um pinguinho de gente que já consegue falar e começa a achar que ele não precisa mais chorar a toda hora. Que não tem sentido ele ficar agarrado à barra da sua saia durante toda a festinha, quando há tantas crianças para brincar. Que ele pode perfeitamente dizer “bom dia, boa tarde, obrigada, por favor” e dar um beijinho naquela sua amiga que ele vê pela primeira vez, como se espera de uma criança bem educada. E aí você recebe um sonoro não!!! “Não, mamãe, não quero sair do colo. Não quero dar beijo. Aliás, não quero nem olhar para essa sua amiga feia!”.

Por outro lado, há coisas que você reluta muito em aceitar que seu filho já é capaz de fazer. Como tirar a fralda, a chupeta, a mamadeira ou dormir a noite toda em seu berço, sem precisar ir para a cama dos pais para se aconchegar. Afinal, ele é tão pequenininho! Lembro-me de uma vez quando Catarina quis subir em um escorregador que era mais alto do que eu. Assim que ela colocou o pezinho no primeiro degrau, eu disse: “Não, você ainda é muito pequena para esse brinquedo, pode se machucar”. E ela recuou, frustrada. Minutos depois eis que vem uma menininha menor do que ela, sobe o escorregador a trancos e barrancos, e desce, feliz da vida. Aí a pequena não se aguentou: correu para os degraus com aquela cara de quem diz: “eu não disse que dava conta?” E com a minha anuência, subiu e desceu com o sorriso mais lindo que já vi.

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Dizem que os dois anos são a adolescência da infância. E hoje eu entendo o porquê: é preciso que eles questionem, discordem, para ir mais longe do que seus pais acreditam que  já possam ir. E não é que eles vão mesmo?

Imagem: Flickr - Creative Commons

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